Não queiras saber - que to proíba Deus! -
Qual o teu futuro, que fados são os teus.
Esquece os céus, soframos o que vier,
Tenhamos os Invernos que Deus quiser,
Que ainda agora rebentava na rocha o mar.
Que bebas vinho e trates de não alongar
A crástina esperança em longos espaços.
O tempo voa: colhe o dia, saboreia abraços.
Mário Carreiro
Drunk Cat Poetry
sexta-feira, 26 de maio de 2017
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Carmen ad Annam
Ofuscas
a Musa antiga, invejosa,
Cessas
o canto velho, vicioso,
Eclipsas
a bela Dido, a famosa,
Preteres
a esposa do Aqueu danoso.
Estava a Musa, que queria mais amar,
Cantando
armas e varões insignes,
Com
a canora tuba, olhando o mar,
Invejosa,
querendo que te resignes.
Ainda que todo um canto eu te cantasse,
Não
de heróica trompa ou grave coturno,
Mas
de fugaz lira, que o peito trespasse,
Mais
não seria do que mero solaz nocturno.
Quando Dido, do Troiano enamorada,
Na
trevosa noite ao antro se acolheu,
Não
viu Eneias na dama enfeitiçada
Uma
quarta parte do que em ti vejo eu.
E aquela, cujo rosto ao mar lançou
A
maior armada que o mundo vira,
Helena,
quando junto a ti pousou,
No
meu peito só ardeu a tua pira.Mário Carreiro
terça-feira, 3 de abril de 2012
In illo momento (Naquele momento)
In illo momento
(Estranha condição!)
Em que me faltou o humano alento
E me veio o remorso à cogitação.
Sentindo culpa e querendo confessar
O que, consciente, fiz com intenção,
Fui impedido de continuar
Pela sábia voz da razão.
Ela disse-me: «Bendita seja
A prova da humana moral.
Onde quer que ela esteja,
Discernirá sempre o mal.
Mentiste, que eu veja,
Mas mentiste como um animal».
Mário Carreiro
(Estranha condição!)
Em que me faltou o humano alento
E me veio o remorso à cogitação.
Sentindo culpa e querendo confessar
O que, consciente, fiz com intenção,
Fui impedido de continuar
Pela sábia voz da razão.
Ela disse-me: «Bendita seja
A prova da humana moral.
Onde quer que ela esteja,
Discernirá sempre o mal.
Mentiste, que eu veja,
Mas mentiste como um animal».
Mário Carreiro
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Versos Bebâdos
Somos poucos, mas excepcionais
cada um com sua simplicidade
mas todos nós especiais
aproveitando nossa juventude
Sendo ele o patrão
e homem com muita ambição
vem o nosso Carreiro
mostrar a força de um pioneiro
Não há um sem dois
veio ele confirmar depois
sem o senhor Sandrinho
nosso lindo e provocante chocolatinho
Ele veio tudo organizar
e da papelada tratar
cá está o Ilhéu para as curvas
o nosso Relações Públicas
Este não veio do céu
nem se tapa com um véu
Só acredito num
é no neste Deus e mais nenhum
Risada constante tu provocas
com milhares de geniais piadas
grande és, Titi Caeiro
horas a fim de bom paleio
Ainda eras tu uma estudantil
já te preocupavas por razões mil
Trabalha a Mariana para se sustentar
para sozinha puder estar
Andas tu, todo lambão
agarrado aos livros feito marrão
nem te dignas a aparecer
Luis, que mal andas tu a fazer?
Mais directa que o fogo
sinceridade é o seu jogo
Jannett a tomar conta de todos
juntando-se a este grupo de tolos
Ela sabe mais que ninguém
preocupando-se como uma mãe
a sorrir a nossa Micaela
dançando no meio da ruela
Com aquele ar intelectual
charme bem formal
Grande David, o estudioso
a ouvir esse seu "pimba" manhoso
Karaokes, bailes, palcos gigantes
com encanto e voz brilhantes
não precisa de comandar orquestras
este Mestre anima todas as festas
Este Homem é um Verdadeiro artista
imaginação bastante realista
mais o jeitoso do Neto
a competir com o nosso preto
Vens dar música a todos
com essa garganta que nos deixa pasmados
voa, voa grande Verdelho
conhecendo-o desde fedelho
Gostávamos de ter mais
mas não encontramos os tais
para pertencerem a esta organização
tens de ter muito humor e disposição.
Mário Ilhéu
sábado, 2 de abril de 2011
Gracco sobe ao Monte
Gracco ao cume do monte subiu
E erguendo as mãos à Deusa, pediu:
«Ó Deusa, que me criaste e deste sapiência,
Responde-me, que limitada é a minha ciência.»
E erguendo novamente as mãos em súplica,
Gracco pergunta: «Deusa, o que és?»
E ao perguntar o seu temor duplica:
«És boi? Cavalo? Tens cabeça, mãos e pés?»
E em todo o vale o solo tremeu
E todo o céu sob o monte trovoou
E bradando lá do Alto a Deusa respondeu:
«Eu sou a Deusa. Eu sou!»
Mário Carreiro
E erguendo as mãos à Deusa, pediu:
«Ó Deusa, que me criaste e deste sapiência,
Responde-me, que limitada é a minha ciência.»
E erguendo novamente as mãos em súplica,
Gracco pergunta: «Deusa, o que és?»
E ao perguntar o seu temor duplica:
«És boi? Cavalo? Tens cabeça, mãos e pés?»
E em todo o vale o solo tremeu
E todo o céu sob o monte trovoou
E bradando lá do Alto a Deusa respondeu:
«Eu sou a Deusa. Eu sou!»
Mário Carreiro
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