quarta-feira, 30 de abril de 2008
O Futuro
outros a morrer
pessoas a traficar
para sobreviver
fábricas a falir
pessoas endividadas
sem conseguir
pagar a casa comprada
petróleo a encarecer
lojas a fechar
pessoas a morrer
água a secar
pessoas sem poder
sair de casa sem fritar
o petróleo a desaparecer
sem alternativas para comprar
este é o futuro
que nos reserva
sem um furo
que nos preserva
Luis Marques
terça-feira, 29 de abril de 2008
Sonhar acordado
Se pudesse para sempre sonhar
Desejava nunca mais poder acordar
Pois so consigo sonhar
Contigo, contigo linda donzela
Ainda estou para aprender o que a tristeza é
E so agora comecei a perceber o que é a dor
Pois tudo aquilo que sinto por ti
Só podem ser dito em voz alta
Todos os dias, de manha ao acordar
Olho em meu redor para te encontrar
E anseio pela hora chegar
Para contigo estar
Se pudesse para sempre sentir
Este sentimento em mim fluir
Pois só te quero a ti
Minha doce, minha doce princesa
Se ao menos te pudesse dizer
Este meu grande prazer
De nos meus braços te ter
Minha flor, minha flor primaveril
Meu anjo, meu anjo voador
meu amor, meu amor juvenil.
Mário Ilhéu
Dedicado a uma pessoa especial, alguem 5*, adoro-te pingenta
So shite ski daros, S.R.P.C.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Guerra
Gémea de Ares
Prima de Apolo
E amiga da Fortuna
Oh! Musa mais bela
De entre todas as criaturas
Sentada num trono de ouro
Adornado de diamantes
Assentando sobre uma pilha de cadáveres
Flutuando num lago de sangue
Ela observa sorrindo
A mortalidade dos mortais
Vendo estes dedicarem-se
Ao seu sangrento culto
Oh! Musa sanguinária
Vendo os teus brancos cabelos ao vento
E teus olhos ardendo de ódio
Sentindo a tua respiração
Como gritos de agonia
Oh! Minha musa amada
Que eu amo tanto
De entre todas as outras
Cujo os olhos são bolas de fogo
E a voz o trovoar de uma bombarda
Tu que nos ensinas
A não aprender
Tu que causas retrocesso
E que promoves o progresso
Tu que divides povos
E unes nações
Tu que és pilar de impérios
Tu que doces canções
Cantaste aos antigos
Pois de ti somos mendigos
Tu que por todos és odiada
Que por todos és difamada
Mas que por todos és amada
E para sempre serás desejada
Tu que fazes pais
Enterrarem seus filhos
E que fazes filhos
Nunca verem seus pais
Tu que transformas
Uma seca e árida planincie
Num oceano de sangue
Tu que tornas estéreis os campos
E que de seguida os fertilizas
Oh! Divina dama
Dos cabelos de marfim
Teus lábios húmidos e carnudos
Escorrendo sangue para teu peito
Sangue de todos aqueles
Que te odiaram
Sangue de todos aqueles
Que te amaram
E sangue de todos esses
Que para ti não olharam
Retiras-te agora
Para teu aposento
Dormindo em lençóis de seda branca
Acompanhada de uma pomba branca tua amiga
Deixas por agora estes mortais
Para que amanhã
Os tortures ainda mais…
Mário Carreiro
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Blog quase livre
Se você tiver algum poema que deseja que nós publiquemos aqui basta enviá-lo para o seguinte e-mail: mariocarreiro@netcabo.pt juntamente com o nome do poema e com o nome com que queiram que o poema seja assinado (pode ser o vosso nome ou uma alcunha, o que interessa é o poema).
Não consigo esquecer
neste recanto solitário
onde o teu amor apenas existe
no meu imaginário
muitas musas amei
desde que nasci
mas um amor igual a este
por nenhuma delas senti
preso estou, a este sentimento
sem que dele possa escapar
por mais que evite este pensamento
pago por cometer o crime de amar
chego-me a este rio corrente
e choro lágrimas nas suas águas
ele que as leve para o poente
e me faça livre das minhas mágoas
já o fim da linha se aproxima
já sinto uma angústia forte
que não mais caminho há senão o de cima
que me leva ao abismo da morte
tentei em tudo conseguir
mas em nada fui capaz
senão de uma tristeza sentir
por apenas ter olhado para trás
muito tentei mas não consegui
senão arruinar mais a minha vida
custa-me dizer que desisti
mesmo sabendo que era causa perdida
sinto uma fria nortada
esse vento que vem de norte
que como remédio não há nada
melhor do que a santa morte
não venham com tretas me falar
julgando-se de maior moral
que nenhum de vós me pode julgar
por padecer de tão horrível mal
mal esse que eu faço descrição
que me provoca tamanha dor
esse mal que me atormenta o coração
mal horrendo que é o amor!
Mário Carreiro
Odor
odor que me causa tanta dor
este cheiro é teu
pois de certeza não é meu
mas este cheiro causa-me dor
não é por ser teu, meu amor
é por parecer impossivel
que haja cheiro tão horrivel
um cheiro corcundo
um cheiro imundo
um cheiro fétido
um cheiro caquético
um cheiro irrespirável
um cheiro abominável
isto é de facto
um cheiro potrefacto
este podre odor
este colossal fedor
este teu cheiro genital
cheiro de bacalhau vaginal!
Mário Carreiro
A porta do teu coração
uma rua plana e larga
mas no entanto
uma rua fria e tenebrosa
uma rua escura e solitária
uma rua onde ninguém
me abre a porta do coração
e nesta rua me encontro
sem ninguém a meu lado
á espera que rompa o sol
por detrás das escuras nuvens
que o céu cobrem
e assim foi até ter visto uma porta
uma porta entreaberta
de onde se via um freixo de luz
saindo da estreita abertura
como um sinal de vida
no meio de um árido deserto
aproximo-me e a abro
e de dentro vem algo
que me fez sentir vivo
esse algo é a luz radiante
da beleza da tua pessoa
esse algo é a doce música
da tua voz no meu coração
vi-te lá dentro e chorei
mas não chorei por pena
não chorei por medo
não chorei por tristeza
chorei
por não haver luz
mais brilhante que os teus olhos
chorei
por não haver seda
mais suave que a tua pele
e por ti uma lágrima derramei
uma única lágrima
como eu quero que nós sejamos
um único ser!
Mário Carreiro
Pintar este poema
solitário e vazio
iluminado apenas
pela escassa luz de uma vela
que morre pouco a pouco
consumindo a cera branca
que lhe mantém acesa a chama
e é neste quarto
que eu pinto este poema
pinto-o de preto
como a morte
pinto-o de verde
como a peste
pinto-o de vermelho
como a guerra
pinto-o destes três males
que destroem o Homem
pinto-o ainda de um mal
que me destrói a mim
esse mal é o meu amor por ti
a chama da vela morre
e todo o quarto se envolve
na profunda escuridão da noite
o sono cai sobre mim
e adormeço na esperança
de um dia poder pintar
este poema de branco
como a pureza do teu amor
que só com ele
acabarei esta pintura...
Mário Carreiro
Perguntas ao vento
ao som do vento que vem de sul
um sol ardente que vigia
um calor que a brisa maritima refresca
nesta praia eu te espero
olhando o horizonte longinquo
mas tu não vens a esta praia
deves querer outra menos ventosa
e na ira da minha solidão eu te pergunto:
onde estás tu?
onde estás agora?
que não vens até mim
porque não vens?
queres vir e não podes?
podes vir e não queres?
ou nem queres nem podes?
ou não sabes onde eu estou?
porque talvez não saibas quem sou
e quem sou eu?
e porque espero por ti?
e quem és tu?
eu não sei porque tu não me dizes
ou não sei porque nem tu sabes
deixa-me saber quem tu és
e deixa-me mostrar-te quem sou!
Mário Carreiro
Esperança
mas sinto-a
da mesma forma que não vês o calor
mas sentes-o tal como a esperança
pois a esperança é isso
um calor que nos aquece o espirito
um calor que nos dá força
a força de viver
mas todo o calor arrefece
e toda a força enfraquece
e toda a esperança se acaba
e se torna em desespero
desespero que destrói a alma
e ao destruir a alma
também destrói o corpo
mas não te esqueças
que quanto mais brilhante é a luz
mais escura é a sombra
por isso quando vires
obstáculo que te faça escura sombra
não percas a esperança
porque brilhante será a luz por detrás
e a luz será brilhante
até que encontres novo obstáculo
por isso lembra-te
não há calor sem frio
não há força sem fraqueza
e não há esperança sem desespero!
Mário Carreiro
Desespero
e que vejo eu?
vejo superficies
tal como se de uma pintura se tratásse
julgamos que vemos coisas
quando apenas vemos imagens
como se pode sentir a essencia
quando só vemos pelos olhos
e julgamos que os outros nos veem
quando veem apenas a nossa imagem
e é neste silencio de desespero
nestes gritos mudos
neste esbracejar paralitico
que me encontro
á espera de salvação
á espera DA SALVAÇÃO
que me livre do abismo
desse abismo escuro e frio
onde a vida não existe
e a morte nunca aparece
pois a chama da vida
há muito que se apagou
e estas duas complementam-se
porque é na chama da vida
que a morte se aquece!
Mário Carreiro
Liberdade é nada!
um nada
que queremos ter
um nada
que usamos para o bem
um nada
que usamos para o mal
um nada
que nos tiram
e um nada
que nos mantém
acorrentados á idéia
de querermos ser livres
sem que nunca saibamos
o que é sê-lo
Mário Carreiro
Aproveitem bem o feriado porque eu também vou aproveitar o meu.
La Liberté
do poder que nos oprime, ditadura
Ninguém a pode ver,
mas todos a conseguem sentir
é aquilo por quem todos aspiram
é a coragem de viver
e a possibilidade de várias alternativas ter
A liberdade é o valor pelo qual tantos lutam
pelo qual tantos morrem
pois quando estamos presos na vida
a liberdade é a nossa única saida.
Choramos quando nos é tirada
como se um pedaço de nós fosse arrancado
A revolta enche-nos o coração
por sentir sua falta
e lutamos por sua recuperação
até atingir a desejada ribalta
A liberdade é como um brinquedo
que faz uma criança sorrir por o ter
chorar por o perder
e para o recuperar, tanto sofrer.
Mário Ilhéu
Que todos vocês tenham um bom feriado, aproveitem-no bem para descansar, porque para a semana há mais trabalho.
Feliz dia 25 de Abril, camaradas !!!
O Ser Mais Belo
Quando olho para o luar
so me consigo lembrar
do teu belo olhar
quando para mim estás a olhar
Na esperança de te conhecer
contigo fui ter
A tua beleza era tanta
que até de inveja se roía a santa
A unica maneira de te descrever
é pensar e escrever aquilo que sei
pois chegar ao pé de ti e to dizer
não me ocorreu, não me lembrei
No teu belo rosto,
dois lindos olhos, que ao abrir
reflectem o esplendor de duas pérolas,
as tuas belas feições, de cada lado da cara
redondas quando as inchas
finas quando sorris
No meio, encontram-se os belos lábios
de um vermelho escarlate, reflectindo
o amor que pela vida sentes
Para além disto, ainda temos o belo cabelo
dourado ao sol, escuro no breu
Tu e só tu
és como o Sol que brilha no céu
ao olhar de frente
fico completamente ofuscado
por tamanha beleza
Mário Ilhéu
Amor, Sol e Lua
ou melhor
aqui estou eu para gritar
o amor que sinto por ti
se o meu coração
fosse a Terra
tu serias nele o Pacifico
se o meu coração
fosse o sistema solar
tu serias o Sol
que mesmo não sendo tudo
é maior que tudo o resto
e é também o centro
á volta do qual tudo gira
pois tal como o Sol
tu és o meu centro
e como o Sol que brilha no céu
tu brilhas no meu coração
és tu que durante o dia me iluminas
e também és a Lua
que á noite me acalma
mas por vezes não te vejo
mesmo sabendo que estás lá
tal como o Sol e a Lua
que por vezes as nuvens cobrem
no entanto tenho a esperança
que um dia te volte a ver
e que um alado ser apareça
que tome meu coração
e o leve para ti!
Mário Carreiro
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Um anjo caido do céu
Assentando sobre um rosto de angélica beleza
Uns olhos semelhantes a lagos
Espelhando a lua na quietude do luar
Uns lábios vermelho vivo
Esboçando um sereno sorriso
Uma pele suave e delicada
Contrastando com a sua força interior
Podes pensar que descrevo um anjo
Ou outro ser fantástico
Mas quem eu descrevo é bem real
Tão real como o amor que graças a ti sinto!
Mário Ilhéu
Férias a caminho
com elas vem o descanso total
todos cheios de felicidade a saltar
e eu estou aqui a lamentar
Três meses de tortura
na espera, na ansiedade
até o momento chegar
para te voltar a acenar
Tentarei contigo falar
se o telefone me atenderes,
um email irei enviar
só para tu perceberes:
"as saudades que sinto
fazem-me racciocinar
aquilo que sofro
só para te amar."
Que venha depressa
esse novo ano escolar
não para estudar
mas sim para contigo me reencontrar
A felicidade será tanta
que metade de mim irá desfalecer
a outra metade tentará não ceder
quando contigo for ter.
Mário Ilhéu
O vicio que é viver
Uns passam-na em capelas,
outros andam na guerra,
e há aqueles que dela se fartam.
Eu vivo para te amar
Eu posso dizer que além de
gostar de jogar no meu computador,
de passear com os meus amigos
do meu gosto por viajar,
um dos meus vicios
é de ti gostar.
Tal como o rato gosta do queijo,
como o cão gosta do seu osso
como um pai da sua filha
eu gosto de ti
Gosto de ti, mas não apenas fisicamente
so falar contigo ja basta durante 5 minutos basta
um pequeno contacto visual
ou um simples aceno de despedida.
Amar-te será o meu vicio
um vicio incansavel
até esquecer todos os belos momentos
ou Deus nosso senhor me levar
Cada vicio tem as suas loucuras
os seus perseguidores
eu cá sonho pelo dia
em que alcance aquele fim.
Podem me arrancar as pernas
mas a fazer o pino contigo irei ter
Mesmo que fique sem braços
a rastejar la vou eu ter
mas por ti, até a Lua irei falecer.
Leve o tempo que levar
por toda a parte te irei procurar
pois esse é o meu vicio de viver
sonhar contigo e junto de ti morrer
Mário Ilhéu
Poema da Mariana
mas desde que te conheci
o meu coração sempre bateu forte por ti
mas me arrependi
porque mais tarde sofri por ti
pois nada valeu a pena
ilusão no inicio
e desilusão no final
agora sofro...
por ter ouvido o meu coração
sofro...
pela tua traição
sofro...
por ainda estares dentro de mim
mas o que eu posso fazer
isto é um ciclo que não tem fim
nasci para viver assim
morrerei a pensar em ti
Mariana Almeida
Tragédia
e esqueceu-se de limpar
a ponta do seu pénis
e o mijo pingou-lhe prós ténis
fez aquilo a despachar
nem as mãos foi lavar
nem foi ao secador
secar as mãos com calor
saiu logo a correr
e com ela logo foi ter
chegou e lhe disse:
fiz uma grande javardice
ao que ela respondeu:
mas voçê elouqueceu?
(sim, ela era brazuca
e usava uma peruca)
e ele ripostou:
sabes quem eu sou?
sou o gajo que te vai comprar
um grande Jaguar
é bom que me satisfaças
senão não levas as massas
e se não fores boa no quarto
só te compro um Renault Quatro!
foi naquele dia
que ela comigo ia
entrámos no carro
e soltei um escarro
então Simão!
estás com especturação?
perguntou aquela vadia
que comigo ia
fomos pró quarto dela
e depressa ela fechou a janela
e disse que tudo me fazia
em troca de uma boa quantia
toda a noite fizemos coito
ela já parecia um oito
mas a tragédia da minha vida
foi quando soube que ela tinha SIDA!
Mário Carreiro
Ódio
que me atormenta o coração
quem me dera que fosse amor
em vez deste ódio intenso
mas por tua causa não pôde ser
esse amor de que eu falo
tentei que me ouvisses
mas não me ouviste
tentei que me visses
mas tu não me quiseste ver
bati á porta do teu coração
mas ninguém atendeu
tentei pôr lenha no teu fogo
mas este só se tornou mais frio
fui-me aquecer no teu calor
mas deste nada vi
apenas senti esse teu vento gélido
e não era como a brisa ártica
que passeia pela tundra
mas sim um vento cortante
de uma tempestade de neve
aquele vento que quanto mais o combatemos
mais ele nos torna fracos
eu fui vitima desse vento
que me tornou mais fraco
mas ainda não morri
nem vou morrer tão cedo
e eu exorto aos meus braços
que ergam a minha espada
e que ela abra brecha no teu coração
de onde saia algum calor
porque é na necessidade
que está a adversidade
e é na adversidade
que está a virtude!
Mário Carreiro
Apresentações
Bem-vindos ao nosso humilde blog. Aqui vamos mostrar vários poemas escritos por nós, a pensar em alguns de vocês (ou não). Esperemos que os nossos poemas consigam despertar em vós o gosto pela poesia.
Esperamos que gostem, não se esqueçam de comentar e de mais vezes nos visitar (senão espera-vos um trágico destino).
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post script: se tiverem alguma coisa a dizer ou quiserem adicionar no MSN então aqui está o endereço ---> mariocarreiro@netcabo.pt