Penso que posso o que quero
E quero poder o que posso
Que nada além do meu amor vero
Comandou esse sonho nosso
Impotente cedo á tortura
Que massacra a minha mente
Pois estou preso á loucura
De uma paixão demente
E num plácido sono dolente
Tu dormes lenta e calmamente
És a Bela que dorme acordada
E desse sono não acordas por nada
Meu coração já não sabe o que é calor
Pois sem ti ele não aquece
Sinto um árctico frio ao ver o meu amor
Dedicado a quem dele não carece
Voltarás um dia para meus braços?
Ter-te-ei no meu leito mais um momento?
Sentirei teus beijos e abraços?
Tomarás meu corpo e meu pensamento?
E tudo o que tão feliz me fez
Voltarei a viver mais uma vez?
Os olhos que vêm pelo meu coração
Não conseguem mais ver esta ilusão
Mas quando fores acordada
Quando te julgares perdida
Se pensas que estás acabada
E não tens mais nenhuma saída
Como sempre, a teu lado eu estarei
E abrindo o meu lato coração
Olhando para ti eu direi
"Amo-te" enquanto seguro a tua mão
Pudera eu voltar
A sentir-te tocar
Com tuas mãos no meu rosto
Num dia de Verão ao sol-posto
E com a tua doce voz
Dizeres-me ao ouvido:
"Agora que estamos a sós
Deixa-me amar-te meu querido!"
Mário Carreiro
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