Lá para as bandas infernais
Estava Lilith a chorar
Por aquele que ela ama
Sua escrava a tomar
"Sinto agora a minha artéria
Sei bem que ainda estou viva
Fui feita da mesma matéria
Porque me quer ele como cativa?
Fui criada da mesma forma
Porque sua escrava ele me torna?
Não mais me rebaixo
Até no milagre tenho de estar por baixo"
E tornando-se a rogar
Para aquele que a criou
A sua condição reclamou
"Tu, que me fizeste do pó
Dando-me a bênção maternal
E que criaste também a ele
De forma e matéria igual
Deixa-me ser livre mas também amada
Sem que seja por ele subjugada"
Ao que o criador replicou
E um tom de ira entoou
"O que fiz não está bem nem mal
Pois é esta a ordem natural
E quem és tu para exigir?
Não passas de uma mera mortal
Tenho então de te punir
Por desafiares teu superior
E por quereres ser igual
Aquele de quem és inferior
Condeno-te então
À eterna danação!"
E assim falou o criador
Condenando ela ao eterno horror
Ela fora castigada
A estar sempre aprisionada
Pois recusou servir
Aqueles que vivem lá em cima
Servirá agora então
Aos que reinam debaixo do chão...
Mário Carreiro
sábado, 24 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Filho do Sol - Akhenaten
Noutro século
De outro milénio
Os já passados
E muito esquecidos
Antigos dias de Khem
Um rei contemplava Helio
Que toda a terra ilumina
E nela cria vida
Helio brilha sobre Amon
Que tudo criou a seus pés
E no mar fez nascer terra
E na terra fez nascer vida
Contemplava o rei também
Osíris, Ísis nossa madre
E o sábio Toth
Mas os deuses danaram-se
O rei incorreu em sua ira
Pois julgando-se ele um deus
Deixou-se cair em perdição
E fez da sua imagem o Sol
E do seu olhar raios de luz
Seus artífices criaram anéis
Pulseiras, jóias, colares
E até máscaras
Tudo em ouro
Para brilhar como Helio
Era então o rei um falso Sol
Julgou-se o rei um deus
Maior de todos os deuses
E também o único de entre eles
E assim libertou a fúria de Horus
Filho do Sol -
Akhenaten -
Era esse seu nome
Filho do sol
O sol queimou suas asas
Toda a terra se desfaz
E todo o povo morre
Enquanto o rei se julga maior
A Esfinge derrete em lágrimas
As pirâmides tremem
Ao som das infernais bombardas
Já o abismo está próximo
Quando o rei se arrepende
Já foi tarde...
Visões insanas
Levam o rei à loucura
A sua maldição
Foi a praga do Homem
O rei-deus fora derrotado
Um novo mundo nascerá...
Um novo mundo virá...
Mário Carreiro
De outro milénio
Os já passados
E muito esquecidos
Antigos dias de Khem
Um rei contemplava Helio
Que toda a terra ilumina
E nela cria vida
Helio brilha sobre Amon
Que tudo criou a seus pés
E no mar fez nascer terra
E na terra fez nascer vida
Contemplava o rei também
Osíris, Ísis nossa madre
E o sábio Toth
Mas os deuses danaram-se
O rei incorreu em sua ira
Pois julgando-se ele um deus
Deixou-se cair em perdição
E fez da sua imagem o Sol
E do seu olhar raios de luz
Seus artífices criaram anéis
Pulseiras, jóias, colares
E até máscaras
Tudo em ouro
Para brilhar como Helio
Era então o rei um falso Sol
Julgou-se o rei um deus
Maior de todos os deuses
E também o único de entre eles
E assim libertou a fúria de Horus
Filho do Sol -
Akhenaten -
Era esse seu nome
Filho do sol
O sol queimou suas asas
Toda a terra se desfaz
E todo o povo morre
Enquanto o rei se julga maior
A Esfinge derrete em lágrimas
As pirâmides tremem
Ao som das infernais bombardas
Já o abismo está próximo
Quando o rei se arrepende
Já foi tarde...
Visões insanas
Levam o rei à loucura
A sua maldição
Foi a praga do Homem
O rei-deus fora derrotado
Um novo mundo nascerá...
Um novo mundo virá...
Mário Carreiro
sábado, 17 de janeiro de 2009
Deslembranças
Ah, como lembrar
Das nossas memórias lavadas,
Aquelas com que acordava
Mas que eram sempre apagadas.
Lembro-me dessas deslembranças
Como se existissem na realidade,
E a mentira tivesse um tom de verdade,
Como se delas, tivesse saudade.
Um livro que de nada, tudo tinha.
Uma página, que depois de virada,
Num rasgo, fosse apagada
E de branco lavada.
Memórias minhas,
Vivências lembradas,
Que no passado,
Não passavam de nada…
Sandro Pereira
Das nossas memórias lavadas,
Aquelas com que acordava
Mas que eram sempre apagadas.
Lembro-me dessas deslembranças
Como se existissem na realidade,
E a mentira tivesse um tom de verdade,
Como se delas, tivesse saudade.
Um livro que de nada, tudo tinha.
Uma página, que depois de virada,
Num rasgo, fosse apagada
E de branco lavada.
Memórias minhas,
Vivências lembradas,
Que no passado,
Não passavam de nada…
Sandro Pereira
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
O meu Inferno
Um véu branco
Que sobre mim cai
E dentro do qual me tranco
Em redor apenas vejo chamas
Que consomem meu corpo
E queimam minhas entranhas
E no culminar da minha sanidade
Até perco a lógica
Em troca de saber a verdade
E dá-me então uma vontade
Uma vontade de amar
De amar sem piedade
Já não sinto alegria
Nem sinto tristeza
Sinto apenas uma euforia
Que me toma assim
E me possui a mim
Que me faz perder a razão
E todo sentimento
Que resta no meu coração
Tornando-me num mecanismo
De puro masoquismo
De pura dor, de puro sofrer
Por tanto desejar
Aquilo que tanto queria ter…
Mário Carreiro
Que sobre mim cai
E dentro do qual me tranco
Em redor apenas vejo chamas
Que consomem meu corpo
E queimam minhas entranhas
E no culminar da minha sanidade
Até perco a lógica
Em troca de saber a verdade
E dá-me então uma vontade
Uma vontade de amar
De amar sem piedade
Já não sinto alegria
Nem sinto tristeza
Sinto apenas uma euforia
Que me toma assim
E me possui a mim
Que me faz perder a razão
E todo sentimento
Que resta no meu coração
Tornando-me num mecanismo
De puro masoquismo
De pura dor, de puro sofrer
Por tanto desejar
Aquilo que tanto queria ter…
Mário Carreiro
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