Há falta de novidade
Tudo ainda se mantém
E finge que está tudo bem
Tudo se pega à velha verdade
Nada se altera da confiança
Tudo degenera da mudança
Para manter a integridade
Há falta de força, há falta de vontade
Caídos, moribundos pelo chão
Há corpos dormentes de acção
Seduzidos pela gravidade
Há um sono profundo na platea
Há quem já não tenha sangue na veia
Há quem já não tenha criatividade
Há falta de contrariedade
De algo que desafie a Física,
A Lógica (essa velha tísica)
E a própria Realidade
Há falta de uma combustão
Que provoque a locomoção
De toda uma sociedade
Há falta de motricidade
Há falta de uma explosão
Que acorde a multidão
Desta plácida artificialidade
Há falta do que tu bem sabes
Há falta de quem diga "somos capazes!"
E que sejam capazes de verdade
Mário Carreiro
1 comentário:
WOW! BRUTAL! Mário, já experimentaste mandar algum dos teus textos para um jornal? Acho que ias longe
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