segunda-feira, 19 de maio de 2008

Crítica aos críticos

Já fui parvo e néscio
Já cometi erros e falhas
Como ter cessado de falar
Como ter parado de escrever
Por causa da opinião de outros

De ter ligado a sórdidos opinantes
Me arrependo e me emendo

Esses doutores de larga boca
Alheios ao sentimento com que escrevo
Que facilmente besuntam sua língua
De palavras vazias e ocas
E que suas são muito poucas

E essas palavras de opinião
Que largamente jorram
Como água corrente no Jordão
E que tentam pôr cerco á minha fala
E prender minha vontade
Á ideia de escrever
Apenas para quem me for ler

Mas ainda com penas se tem de escrever?!
Julgava eu com lápis e caneta já ser!

Venham daí esses juízes de qualidade!
Venham também bajuladores em quantidade!
Que a minha pesada e atrasada pena
Não cessará de escrever

Por mais que vos enjoe as minhas palavras
Por mais que vos aborreça a minha voz
Ela é e será minha e só minha
E mesmo que não seja ouvida por ninguém
Não a deixarei cair na boca de outrem!



Mário Carreiro

4 comentários:

Anónimo disse...

ora aqui está uma boca bem mandada

Anónimo disse...

Está brilhante, muito bem dito, e partilho da mesma ideia expressa neste Poema (sim, com P grande).

Ricardo R.

Pedro Verdelho disse...

Muito bem! Gostei!
Ainda que seja parcialmente prosa poética, estilo do qual não sou grande fã, está muito bom.

Acho imensamente engraçados estes comentários: "..., e partilho da mesma ideia expressa neste Poema..." completamente contraditórios à realidade que é expressa na sua cobardia baseada numa escrita escondida atrás duma lingua mais fácil, com uma linguagem mais pobre e com um sentimento apenas ilusório e absurdo...

Tu pelo contrário não tens razão para atrair calhandrices à tua escrita a não ser de porbres invejosos, os teus poemas são orgulhosamente portugueses e estão bem escritos.

Tenho dito!

Anónimo disse...

Mário Carreiro! Jamais meus neurónios pensariam que ostentasses em teu ser um vertical e obrador sentido poetico derramado de odes e cânticos tão desconcertantes. Bem hajas