Ó Mãe Aruru
Tu que nos criaste
Com lama nos fizeste
E em sangue nos banhaste
Tu que nos deste a verdade
E dos demónios nos livraste
Tu que ergueste a nossa cidade
E os campos primeiro lavraste
Livra-nos agora deste mal
Pois não há outro igual
Livra-nos de Gilgamesh
Senhor de Uruk pelo direito real
Tudo o que faz faz por ganância
Toca os sinos por vaidade e arrogância
Tem a força de um touro
Sua pele dura como couro
Seus cabelos pretos como breu
Em Uruk não há ser tão belo como o seu
Tudo ganha na batalha e na cama
Não deixa uma só virgem
Para aquele que a ama
Nem a mulher do nobre
Nem a filha do guerreiro
Nunca há carne que lhe sobre
Livra-nos agora deste mal
Cria outro seu igual
À sua imagem e semelhança
E que entre os dois
Não haja a mínima concordância
Que batalhem e se aleijem
Que se odeiem e pelejem
E que haja paz para o povo de Uruk
Assim te rogamos ó Aruru, A-da-criação!
Mário Carreiro
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