sábado, 13 de junho de 2009

As três Moiras

Alto lá! Que aqui passais
Sem atentares nos demais

Quem vós sois?
E que quereis pois?

Somos as três Moiras
Castas, belas e loiras

Não questiono a castidade
Que é raro o desejo em vossa idade
Mas se algum dia vos houve beleza
Como vos vejo agora digo-vos que foi proeza
E do loiro cabelo entrançado
Vejo apenas um cinzento descuidado

Atentai antes no que vos diga
Pois já é grande a nossa fadiga
Corre pelas gentes o rumor
Que sereis cavaleiro de honor

Mas que cousa que por aí soa!
Confundis-me com outra pessoa
Sou apenas um peregrino galopante
Para suster o corcel mal tenho o bastante

Os rumores que oiço trá-los o vento
Dizem também que vosso será o real assento

Quem disse tal barbaridade?
Não acha decerto que seja verdade

Digo-lhe o que sei
E nada mais lhe direi
Juro-te por Deus
Que serão esses feitos teus
Primeiro te farão senhor
Dar-te-ão terras, honras e honor
Depois serás a sucessão
Do rei que tens agora a defensão
E serás um rei tão nobre
Que terás tudo o que o céu cobre
E o próprio céu será o teu sustento
Quando pela fama subires ao firmamento

Quem sois e como sabeis meu fado?
Acaso não sabeis que é pecado
Usar as artes de feitiçaria?
Atrevem-se a tamanha heresia?

Víeis que é verdade o que digo
Se não for, aceitamos o castigo
Ide agora! Podeis passar
Sei bem que quando aqui voltar
Já tereis o ouro e a coroa na cabeça

Se não, tereis nossas cabeças na travessa


Mário Carreiro

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gilgamesh - Lamento a Aruru, A-da-criação

Ó Mãe Aruru
Tu que nos criaste
Com lama nos fizeste
E em sangue nos banhaste
Tu que nos deste a verdade
E dos demónios nos livraste
Tu que ergueste a nossa cidade
E os campos primeiro lavraste

Livra-nos agora deste mal
Pois não há outro igual
Livra-nos de Gilgamesh
Senhor de Uruk pelo direito real
Tudo o que faz faz por ganância
Toca os sinos por vaidade e arrogância
Tem a força de um touro
Sua pele dura como couro
Seus cabelos pretos como breu
Em Uruk não há ser tão belo como o seu
Tudo ganha na batalha e na cama
Não deixa uma só virgem
Para aquele que a ama
Nem a mulher do nobre
Nem a filha do guerreiro
Nunca há carne que lhe sobre
Livra-nos agora deste mal
Cria outro seu igual
À sua imagem e semelhança
E que entre os dois
Não haja a mínima concordância
Que batalhem e se aleijem
Que se odeiem e pelejem
E que haja paz para o povo de Uruk


Assim te rogamos ó Aruru, A-da-criação!


Mário Carreiro

domingo, 7 de junho de 2009

Guardian Angel

Fruto da tua imaginação
desci do brilhante céu
para que nunca pare teu coração
cuidarei dele como se fosse meu

Fazer-te sorrir
é para mim uma grande alegria
juntos a rir
para mim é um bom dia

Neste mundo tenho uma missão
para sempre te proteger
quer queiram quer não
nunca te deixarei sofrer

Tanto no melhor como no pior
quero do teu lado ficar
deste teu anjinho voador
um beijinho que te faz voar


Mário Ilhéu