quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Dormindo acordada

Penso que posso o que quero
E quero poder o que posso
Que nada além do meu amor vero
Comandou esse sonho nosso

Impotente cedo á tortura
Que massacra a minha mente
Pois estou preso á loucura
De uma paixão demente

E num plácido sono dolente
Tu dormes lenta e calmamente
És a Bela que dorme acordada
E desse sono não acordas por nada

Meu coração já não sabe o que é calor
Pois sem ti ele não aquece
Sinto um árctico frio ao ver o meu amor
Dedicado a quem dele não carece

Voltarás um dia para meus braços?
Ter-te-ei no meu leito mais um momento?
Sentirei teus beijos e abraços?
Tomarás meu corpo e meu pensamento?

E tudo o que tão feliz me fez
Voltarei a viver mais uma vez?
Os olhos que vêm pelo meu coração
Não conseguem mais ver esta ilusão

Mas quando fores acordada
Quando te julgares perdida
Se pensas que estás acabada
E não tens mais nenhuma saída

Como sempre, a teu lado eu estarei
E abrindo o meu lato coração
Olhando para ti eu direi
"Amo-te" enquanto seguro a tua mão

Pudera eu voltar
A sentir-te tocar
Com tuas mãos no meu rosto
Num dia de Verão ao sol-posto

E com a tua doce voz
Dizeres-me ao ouvido:
"Agora que estamos a sós
Deixa-me amar-te meu querido!"


Mário Carreiro

sábado, 25 de outubro de 2008

Amar é uma coisa que temos de aprender

Não sei qual o drama
que o humano tem
tar um dia sem aquele que ama
e deixa tudo de estar bem

Passei uma vida sem sentir
afecto sem ser familiar
e andam outros a fingir
que sabem o que é amar

Não sei qual o mal
de ter que esperar
até fazem festival
só para tudo acabar

A essas pessoas so tenho a dizer
pensem naquilo que estão a fazer
pois mesmo sem o coração a bater
amar, é uma coisa que todos temos de aprender

Já não te volto a avisar
se mais alguma vez a pões a chorar
posso te ja aqui jurar
o Sol nunca mais o vês a levantar


Mário Ilhéu

Dedicado a alguém em especial, para que assim ela nunca mais derrame nenhuma lágrima em vão ;)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Flor solitária

Tu és unica
na minha vida
ninguém te pode levar
por isso não vás
para contigo ficar

Tu és a luz
do meu viver
como a flor que floresce na sombra
os teus sentimentos não deves esconder

Só te quero a ti
junto de mim
tal como no passado
e para sempre no futuro

Mesmo que a situação
se torne dificil, lá estarei
mesmo que se virem contra ti
proteger-te-ei

Por ti vale a pena esperar
e ver os dias a passar
mas não posso suportar
ver-te com ele a passear


Mário Ilhéu

Dedicado a um grande amigo, que ele consiga alcançar o seu grande sonho de ficar com aquela que ele mais ama neste mundo, E AI DE QUEM SE META NO MEIO, SENAO DÁ-ME JÁ AQUI UMA VOLTA DE 360 GRAUS E VAI TUDO PARA O CATANO, CAMANDRO OU CANECO!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Lutar por amor

Todo este ódio
Toda esta angústia
Toda esta tristeza
Que me assombra o coração
Terá isto algum fim?
Voltarei a sorrir?
Pelo que meus olhos vêm
Vejo apenas desespero
Vejo uma fria solidão
Vejo a felicidade de outros
Mas pelo que sinto no meu coração
Sinto esperança
Sinto perigo
Sinto que não posso desistir
E desistir não irei
E jamais esquecerei
E a lutar continuarei
Pois se desistir agora
Nunca mais serei feliz
Mas se lutar
E souber esperar
Então terei de volta
O amor que me roubaram...
Sei que não estou sozinho nesta luta
Tenho meus amigos a meu lado
E no mais alto vigor!
Solto um bélico grito irado
Que a terra faz tremer
E meus olhos um fogo ardente!
Meu peito uma chama incandescente!
Olho meu objectivo fixamente
E de punho cerrado
Com a vitória em mente
Parto para a guerra acompanhado
Dos meus amigos, a minha gente
Pois se não fosse por eles

Já não estaria entre vós...


Mário Carreiro

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sonho real

Será isto um pesadelo?
Será isto imaginação?
Se o é, então é de longe
O mais real sonho
Tão real que se mistura
E se confunde com a realidade
Tão real que meu coração
Sente o que meus olhos vêm
E por todos é sabido
Que os sonhos não
Se regem pela razão
Mas se sonho não for?
E se esta irreal realidade
For a mais real verdade?
Então rogo aquele
Que tiver o conhecimento
Que me diga cá na terra
Ou grite lá do firmamento
O motivo da minha dor
E a razão do meu sofrimento
E que me diga também
Se isto é castigo ou martírio
Se for castigo, a quem fiz eu mal?
Será que alguém amado eu matei?
Ou o coração de alguém eu roubei?
Se for martírio, então recuso
Pois não mereço tal honra
Mas por favor digam-me porquê?
porquê?...
Se numa noite ao luar
Ou de dia com o sol a brilhar
Ou até na primavera
Com a chuva a pingar
Ouvir-te dizer que me amas
Então, na mais pura verdade
Dir-te-ei que sou feliz


Mário Carreiro

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mal eterno

não há bem que sempre dure
nem mal que nunca acabe

que o bem acaba eu tenho a certeza
porque não há bem com tanta dureza
mas do mal que se finda eu fico curioso
e te pergunto a ti, ó Grandioso!
e que na resposta me sejas fraterno
haverá algum mal que seja eterno?
"não!" - a tua resposta será
"todo o mal um dia acabará
e se na vida não te sair do coração
então na morte terás a solução..."


Mário Carreiro

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Rottweiler

Perdoem-me o meu atrevimento
E digo-o sem a mínima ironia
De te chamar de inútil jumento
Que só come da mais fina iguaria

E os teus santíssimos antecessores
Que por esse mundo, como condores
Foram distribuindo a pena capital
Logo após o sermão de natal

Sacrilégio dizer isto de quem nunca erra!
Que sabiamente governas esse império teu
Império de cinco hectares cá na terra
Mas de mil léguas lá no céu

Uns situam o teu império para lá do céu azul
Outros, algures em algum paul
Mas nos mapas apenas é uma ínsula
Lá para os lados da itálica península

Mas tu nunca dispensas o teu santo manjar
E com tanta banha a ganhar
Nessa tua santa refeição
Santa gordura então!

E dormindo o teu sono de reflexão
No trono de Pedro, que tens a defensão
Pudera a tantos ver-te acenar
Da varanda da basílica, o teu lar...

Mas quem te segue não são só maus odores
Também te seguem teus fiéis seguidores
Que preferem a hóstia ao pão
E bebem o sangue do teu patrão

Mas quem se sente muito sozinha
É a tua amiga, a Fatinha!
Que está lá para cima a chorar
Por ter perdido o seu amor
E nuns miúdos as mágoas foi afogar
Do seu amado não viu mais seu calor
Pois só um bando de fanáticos a gritar

É que lhe deu algum valor


Mário Carreiro