segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O sonho

Estava eu na tranquilidade
E calma de um sonho
Quanto a pensar em mim me ponho

E de repente sinto uma falta
Mas não sei do quê…
Que até o ar me falta
E o coração sobressalta
Mas não sei bem porquê…

Primeiro veio um ruído
Que se assemelhava a uma voz
E que se foi sumindo…
E quando já estava sumido
Senti uma dor, um sentido atroz

A voz voltou
E claramente a ouvi
Era uma voz forte mas calma
Uma voz feminina e serena
Que me aquecia o peito
E incendiava a alma

E a voz assim me dizia:
“Não deixarei que te roubem”
E disse também que tudo faria
Para me proteger dos males que me corrompem
Senti aquilo e senti-me bem
Senti uma paz, uma tranquilidade
Pois julgava eu também
Que tudo aquilo era verdade

Mas verdade não era
Pois que fosse pudera
E quando acordei desse sonho irreal
Senti de novo aquele frio infernal…



Mário Carreiro

domingo, 28 de dezembro de 2008

Acorda

Uma personagem desconhecida
Desta vida sem história
Um homem caminha, procurando
O quê?... não se sabe

Será que ele sabe seu caminho?
Será que ele só vê com os olhos?

Tranquilo, andando… de repente pára
Como se já não soubesse o seu rumo
De repente o mundo caiu-lhe em cima
Ele parou… olhou para cima boquiaberto e viu

A coisa mais linda que alguma vez
Os seus olhos tiveram a honra de deslumbrar
Seu rosto brilhava, reluzente e fascinante
Seus cabelos ao léu, dançando com o vento

Seu sorriso resplandecia
Seu olhar brilhante como duas estrelas

Olhou para mim e sorriu…
Meu coração bateu mais rápido como nunca

Nunca senti tamanha alegria
Meu corpo parecia uma pena voando
E dançando com o vento que me levava
Para longe, era tudo tão lindo e belo

De repente aquilo que era belo
Transformou-se num pesadelo
Ela… linda como só…
Tornou-se numa criatura horrenda e ensanguentada

Tudo o que era colorido desvanesceu
De súbito ouvi alguém a chamar
Um grito de desespero soltou-se da minha
Garganta em direcção ao vazio

Lutei para conseguir libertar-me
Daquele mundo sem cor,
Alegria e sorrisos,
Sem a imagem da bela dos meus sonhos

Gritei… acordei e percebi que tudo
Não passava de um sonho mau
E aprecebi-me de que tudo o que
Acabei de viver era o reflexo
Da minha mísera vida
Não so acordei desse pesadelo

Como também acodei para a vida…


Mídia

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sentimento incerto

Que frio é este que sinto?
Este vazio que pressinto
Será aquilo novamente?
Mas assim tão de repente?!

Ainda há pouco me tinha livrado
E livre já me tinha julgado
Mas assim sem aviso de antemão
Me veio esta dor apertar o coração

Dúvidas na minha incerteza
Que não mais quero para mim a tristeza
Pois não quero que volte a acontecer
Aquilo que tanto me fez sofrer

Nem quero sequer que seja
Esse desespero que em mim sobeja
São dúvidas às quais não posso responder

Só espero que o tempo me faça entender...


Mário Carreiro

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

BOAS FESTAS!!!

O Clube do Gato Bebado gostaria de desejar a todos os nossos leitores e visitantes deste blog um Feliz Natal e Bom Ano Novo. Para todos vocês que tenham uma vida feliz, tudo de bom, que vossos sonhos se realizem e que continuem a nos acompanhar por mais anos vindouros.

Despeço-me então com um caloroso abraço de todos os membros do Clube para todos vocês. Até para o ano, até qualquer dia, até ao nosso regresso ; )

Feliz Natal e Mais um Ano Novo

Um ano passou
esta jovem conheci
mas nada mudou
desde aquele dia em que te vi

Será amor?
será afeição?
seja aquilo que for
põe doido o meu coração

Amar talvez seja muito forte
mas gostar diz pouco
adorar é certamente
diz este velho louco

Tu és unica
na minha vida
ninguém te pode levar
por isso não vás
para contigo estar

Nas férias irei te procurar
so para te ver
irei viajar
até meu corpo ceder

As saudades que vou sentir
fazem-me pensar
"Estarei eu a me iludir?
conseguirei lá chegar?"

Boas festas venho-te dar
que não te falte a diversão
e para o ano nos voltamos a encontrar
para te dar um grande abração
Nos meus braços te ter
até lágrimas vao cair
de tanto tempo sem te ver
as saudades fazem-se sentir

Meu corpo podia aqui falecer
mas novamente te vi
só nao consigo conter
aquilo que sito por ti.


Mário Ilhéu

sábado, 20 de dezembro de 2008

Nada me finda

Não sei se era noite ou madrugada,
Apenas sei que sonhava
Que me deixava ir pela alma, sozinho nessa estrada
Que é o sonho por onde vagueava.

Era uma paisagem normal
Não a detalhei bem com os meus olhos, mas sei que era apenas espectral.

Haviam correntes, inúmeras,
Das mais variadas cores.
Estavam unidas, bem seguras,
De um lado por um anel azul florescente,
Do outro pelas minhas mãos.

Cada uma tinha uma imagem
um significado,
Todas essas importantes, todas peças de quem sou
Reluzindo e glorificando aquele anel azulado
Símbolo da ‘’união de tudo’’,
tudo aquilo que eu sentia, via e não ia perder.

Aí, as minhas forças foram contestadas
Mas nada me faria largar as correntes.
Jamais seriam subjugadas

Senti algo pela primeira vez na vida,
Um medo, um receio, igualmente imponentes,
Sentimentos de perda que me envolviam como tentáculos
Semelhantes aos que faziam de tudo para quebrar aquela união.
A existência do meu ser.

Nada eu fazia para largar
Tudo o que mais queria era aguentar.
Senti que não ia ali ficar, não ia ceder.
As lágrimas já não eram meu dever de conter
Mas o meu desejo, o meu viver,
a união iria permanecer!

Não sei o que aconteceu a seguir,
Não sei a origem da escuridão
Nem se era sua intenção me suprimir ou não.
Apenas sei que desistiu e deixou-se ficar
Totalmente imóvel, a olhar-me.
As lágrimas em mim caíam descontroladamente.
Conseguia sentir o anel na minha mão.
Havia-se fundido com as correntes numa pequena, dourada e rejuvenescente,
Á qual me agarrava por qualquer razão.

Senti logo o meu peito apertado,
Dois braços enlaçavam-se com força em mim
Ao mesmo tempo que toda a minha saudade descaía sobre ela.

Não a tinha perdido, nem ma tinham tirado,
Tinha-a comigo e comigo iria ficar o tempo todo.

Quando, infelizmente, despertei
Deixei-me ficar a recordar e pensei:

‘’ Sei que não é a realidade,
Mas nunca chorei tanto como acabei de o fazer.
Sei por aquilo que lutei
Mas não vi o rosto dela.
A minha alma conhece-a sempre o fez, eu não.
Mas sentir pena disso não é razão.’’

‘’ Quanto àquela escuridão,
Não sei porque não sinto raiva dela
Nem sei porque desistiu.
Não sei a sua origem nem a sua intenção
Mas como ela me olhou e cedeu,
Faz-me pensar o quão minha ela até é
E o quanto faz parte de mim e de quem realmente sou.

Importante me é reconhece-lo. ‘’

‘’E agora sei o porquê da paisagem ser espectral, agora sim
Ela era tudo aquilo que não existe á volta de mim ‘’


Se for possível concluir,
Digo que não quero perder uma pessoa que não sei de quem se trata ainda.
Sei que para alem de tudo em mim, existe também escuridão e isso faz-me sorrir.
Foi, e é isto que um sonho me faz ver, aquilo que sou e que nada me finda.


Diogo Ramos

domingo, 14 de dezembro de 2008

Voz da serpente/Chamariz da Inocência (Parte I)

Percorre o seu caminho
E rasteja para longe do seu lençol
Umas vezes para não ficar sozinha
Outras só para se expor ao sol

Sombras são aquelas que ainda a contêm
Alojada no mundo que odeia
Por entre os cantos que a mantêm
Á espera em silencio, ignorando tudo o que a rodeia

Que veneno lhe terá penetrado?
Que maldição terá sibilado?

O seu corpo contraído
O seu rosto imparcial e inocente
Não revelam mais que uma solidão nele incidido
E que nada em redor vê ou sente

Porque está uma rapariga assim só?
Ninguém se preocupa com ela, ninguém tem dó?

Há um segredo
há uma vontade que lidera que não foi eleita
Uma que impõe o comando e o medo
Que a qualquer amizade deixa desfeita

Todos cedem á sua inocência, todos tentam
A sua protectora é grande mas nas sombras não a vêm
Mesmo perto as almas maldosas disfarçam e inventam
Tudo para conseguir o olhar inocente da jovem
Mas assim que lhe tocam, já não se movem
O medo envenena, os dentes desfazem, e aí morrem


Está sozinha porque quer e porque ignora qualquer emoção?
Ou porque tem medo, e com ela não existe qualquer protecção?


Diogo Ramos

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Placidez

Aceitar assim a dor
com tanta placidez!
será isto estupidez?

Estarei eu a tornar-me
numa besta já sem cura!
será isto uma loucura?

Levar assim a vida
com a leveza com que encerro!
será isto um grande erro?

O meu corpo congelado
e minha mente a divagar!
onde irei eu parar?

Remar contra a maré
pegar o touro pelo corno!
terá isto retorno?

Julgo saber o que digo
mas não sei o que penso
terá isto algum senso?...

Com desdém por qualquer sentimento
torno meu olhar para os céus
e vejo as estrelas no firmamento
julgando-me forte como um deus

Olho então para os mortais humanos
deleitados em rituais profanos
de paixão e amor
de ódio e dor
uma orgia de sentimentos
que me faz vomitar os alimentos

Nunca eu tinha pensado
que pensando já me ter encontrado
encontro-me ainda mais perdido
fará isto algum sentido?...


Mário Carreiro

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Memórias de um Morto

Ainda me lembro bem
de quando eu era vivo
foi como se fosse ontem
que da vida fui cativo
quem disse que é mau morrer?
isto aqui é que é viver!

E como eu abominava a morte!
a ideia de que a minha vida acabásse
mas pelos fados quis a sorte
que a minha vida terminásse
e quem disse que é mau morrer?
isto aqui é que é viver!

E os campos verdes debaixo do sol de Verão
comtemplá-los era tão agradável
mas para que serve isso então?
para tornar a tristeza suportável?
mas quem disse que é mau morrer?
isto aqui é que é viver!

Chorem por mim, respeitem-me agora
digam que sou o maior heroi dos que ja viveram
o respeito tem-se pelos que vivem
e não pelos que ja morreram
mas porque é que é mau morrer?
se isto aqui é que é viver!

"O melhor da vida é o amor"
lembro-me eu de ouvir dizer
tamanha mentira eu nunca ouvi
pois em vida o amor só me fez sofrer
e ainda dizem que é mau morrer!
isto aqui é que é viver!

Termino desejando aos vivos infelizes
que depressa morram e sejam felizes
porque eu não me arrependo do que fiz
estou morto e sou feliz!


Mário Carreiro

A Ceifeira

Em sonhos eu vi
em visões ela veio
e eu vi-a
vi toda a sua beleza
uma beleza tenebrosa
que me faz sentir mórbido
de apenas achas belo
tão temido ser


Ahh... a sua lúcida pele...
branca como os nevões
trazendo á memória
as nórdicas colinas
no pico do inverno
uma pele tão suave
mas tão fria e seca


Ahh... então e seus lábios...
húmidos e carnudos
escorrendo ainda fios de sangue
recordações do seu ultimo amor
e tão negros eram seus lábios...
tão negros que neles fixaram
de instante o meu olhar
como que sugando a minha visão


Pergunta-me então pelos seus olhos
e sobre eles digo sem hesitar
que nunca na vida
vi tão belo olhar
um olhar frio
inexpressivo e vazio
um olhar tenebroso
que me faz tremer
mas um olhar belo
que me faz amar


E sua silhueta
elegante e extasiante
suas fecundas curvas
de que Vénus se inveja


E por onde passa
o espaço e o tempo dilata
esta Dama não tem residência
tem seu ardente carro
pois está sempre em movimento
porque há sempre vidas
para serem tomadas como seu alimento


Vem a mim que a vida é incerta
traz teu luto, tua roupa funesta
traz também a tua foice
e de um golpe certeiro, ceifa minha vida
como a ceifeira que ceifa o trigo


Mário Carreiro

domingo, 7 de dezembro de 2008

Crónicas de Cephíro - Saudade Inextinguível

Perdeu-a á muito

O resfriar da noite congelou o seu coração
Naquela maldita Era
Trouxe transtorno e um canto para a sua perdição
Assim como a sua própria morte o fizera
- Ainda me custa olhar o lençol negro….
Penso nela, vejo-a, e sei o quão duro isto é para mim
Ganhei-a quando nasci, tão feliz que era….ainda me lembro
Sobre o monte outrora esverdeado
A luz apoderou-se da sua dor
Luz da lua que lhe conferia um tom esbranquiçado
Como se os sentimentos já não lhe conferissem a sua cor
- Não o recordes dessa forma não vale a pena Naíre!
- Quero ser forte mas só me vejo sozinha e abandonada
- Ela nunca te deixou; ultrapassa esse dilema, não te deixes cair
- Minha vontade não é outra, mas se o fizer fico sem nada

Perdeu-a á muito

- Fez-me promessas mas nunca prometeu ficar comigo
Dói-me entende-lo
- Aceita o destino…toma o próximo passo e eu vou contigo
- Isto eu jamais irei aceitar, prefiro recordar e combate-lo
Sem saber o que dizer
Já nada podia tentar
Naíre era decidida e era livre de encarar o mundo a seu entender
Quanto a si, aquela nunca foi uma batalha que devesse travar
- A noite esfria-se voltemos para casa……
- Vai tu! Eu quero ficar ficar ao pé dela
- Eu há muito que superei a minha dor mas, quanto a ti, não sei mais que faça
- Não te preocupes, as minhas noites são estas e as minhas saudades a minha cela
Os passos que a sua amiga davam
Pareciam coordenados e normais
Soavam simultaneamente ás suas lágrimas caídas
Que não iriam parar, nunca, jamais

Havia tanto em que pensar
E ao mesmo tanto a esquecer
O passado é passado e nada o iria restaurar
Á medida que as forças realçavam o seu desvanecer
O seu olhar cerrava-se e deixava-se adormecer

Perdeu-a á muito, mas só queria que a sua mãe voltasse a viver


Diogo Ramos

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Pássaros de ferro

Os pássaros de ferro descolaram
para este voo se cuidaram
com suas garras armados
em bandos foram emparelhados
levantaram do lado da nascente
e tomaram o rumo do poente
em seu rosto um olhar rancoroso
em seu bico um ruído estrondoso
E sobre nossa cidade se lançaram
em queda se despenharam
nas ruas se viram clarões
o povo era consumido pelas explosões
e julgando-se em frutíferos sacrifícios
destruíram nossos edifícios
os nossos caçadores abateram os mais gordos
e em terra caíram como tordos
caindo nos pântanos, espalhando as lamas
estes pássaros de ferro
eram agora pássaros em chamas...


Mário Carreiro

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Porquê?

Pergunto-me porque
Será que te magoei
Que mal fiz eu
Questionando, respondo

"Sim" – mas porque
Não me perguntes
Andando, vagueando
Tento encontrar o porque

Se é castigo
Então eu aceito
Mas pelo menos
Diz-me porque

O porque de tanta dor
O porque de tanto sofrimento
O porque de tanto te desiludir

Esse castigo que carrego
Padece de tanto peso
Que me faz desistir
De continuar

Tentando descobrir
O seu segredo inalcançável
Que incompleto
Se encontra

Quero viver uma vida
Carrego esse meu desejo
Guardado no meu coração
No qual não quero revelar


Mídia

Unknow

Sentimentos atordoados
Coração perdoado
Desejo mutuo
É o que procuro

Tempo passado
Andando passeando
E sonhando

Dúvidas surgem
Certezas dissolvem
Vivendo torturada
Sinto-me perdoada


Mídia

Amizade

Amizade é ter alguém
Para te apoiar
Para te fazer rir
E para que no fim do dia
Pensar que valeu a pena
Todo o sofrimento causado
Não desistir por causa de vós

Amigos verdadeiros
Desejos de uma vida
Se amados por amigos
E não por amantes
Agradeçam e não
Desesperem
Porque amigos são para sempre
Aqueles que me fazem aguentar

Por tanto tempo sofridos
É por vós que luto todos os dias
É por vós que grito de alegria
Por vós que consigo viver
Quando estou com amigos
Problemas esquecidos
Que abafam o coração
Vós sois, sim, aqueles que vale a pena lutar

Amigos verdadeiros
Desejos de uma vida
Se amados por amigos
E não por amantes
Agradeçam e não
Desesperem


Mídia

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Comigo podes chorar

Pode-se dizer
estás mesmo com azar
mas que se pode fazer
nao há volta a dar

Primeiro quem fingia te amar
as costas te deu
depois quem pensavas mais te apoiar
decide seguir um caminho seu

"Vai as lágrimas de crocodilo limpar"
foram capazes de dizer
deixaram-te sozinha a falar
e foram felizes a correr

Não gosto de te ver assim
pois estás mais gira a sorrir
em vez de aturar gente ruim
devias pensar em a vida curtir

Novas amigas tens a teu lado
sempre com alegira para dar
mas se tudo der errado
podes vir-te confessar

Uma vez me disseste:
"se quiseres comigo podes chorar"
agora que entristeceste
tenho de a divida pagar

Dessa cara so quero sorrisos
alegria e felicidade a transbordar
mas se teus olhos estão molhados
com o meu apoio, beijos e belinha podes contar


Mário Ilhéu

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Dormindo acordada

Penso que posso o que quero
E quero poder o que posso
Que nada além do meu amor vero
Comandou esse sonho nosso

Impotente cedo á tortura
Que massacra a minha mente
Pois estou preso á loucura
De uma paixão demente

E num plácido sono dolente
Tu dormes lenta e calmamente
És a Bela que dorme acordada
E desse sono não acordas por nada

Meu coração já não sabe o que é calor
Pois sem ti ele não aquece
Sinto um árctico frio ao ver o meu amor
Dedicado a quem dele não carece

Voltarás um dia para meus braços?
Ter-te-ei no meu leito mais um momento?
Sentirei teus beijos e abraços?
Tomarás meu corpo e meu pensamento?

E tudo o que tão feliz me fez
Voltarei a viver mais uma vez?
Os olhos que vêm pelo meu coração
Não conseguem mais ver esta ilusão

Mas quando fores acordada
Quando te julgares perdida
Se pensas que estás acabada
E não tens mais nenhuma saída

Como sempre, a teu lado eu estarei
E abrindo o meu lato coração
Olhando para ti eu direi
"Amo-te" enquanto seguro a tua mão

Pudera eu voltar
A sentir-te tocar
Com tuas mãos no meu rosto
Num dia de Verão ao sol-posto

E com a tua doce voz
Dizeres-me ao ouvido:
"Agora que estamos a sós
Deixa-me amar-te meu querido!"


Mário Carreiro

sábado, 25 de outubro de 2008

Amar é uma coisa que temos de aprender

Não sei qual o drama
que o humano tem
tar um dia sem aquele que ama
e deixa tudo de estar bem

Passei uma vida sem sentir
afecto sem ser familiar
e andam outros a fingir
que sabem o que é amar

Não sei qual o mal
de ter que esperar
até fazem festival
só para tudo acabar

A essas pessoas so tenho a dizer
pensem naquilo que estão a fazer
pois mesmo sem o coração a bater
amar, é uma coisa que todos temos de aprender

Já não te volto a avisar
se mais alguma vez a pões a chorar
posso te ja aqui jurar
o Sol nunca mais o vês a levantar


Mário Ilhéu

Dedicado a alguém em especial, para que assim ela nunca mais derrame nenhuma lágrima em vão ;)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Flor solitária

Tu és unica
na minha vida
ninguém te pode levar
por isso não vás
para contigo ficar

Tu és a luz
do meu viver
como a flor que floresce na sombra
os teus sentimentos não deves esconder

Só te quero a ti
junto de mim
tal como no passado
e para sempre no futuro

Mesmo que a situação
se torne dificil, lá estarei
mesmo que se virem contra ti
proteger-te-ei

Por ti vale a pena esperar
e ver os dias a passar
mas não posso suportar
ver-te com ele a passear


Mário Ilhéu

Dedicado a um grande amigo, que ele consiga alcançar o seu grande sonho de ficar com aquela que ele mais ama neste mundo, E AI DE QUEM SE META NO MEIO, SENAO DÁ-ME JÁ AQUI UMA VOLTA DE 360 GRAUS E VAI TUDO PARA O CATANO, CAMANDRO OU CANECO!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Lutar por amor

Todo este ódio
Toda esta angústia
Toda esta tristeza
Que me assombra o coração
Terá isto algum fim?
Voltarei a sorrir?
Pelo que meus olhos vêm
Vejo apenas desespero
Vejo uma fria solidão
Vejo a felicidade de outros
Mas pelo que sinto no meu coração
Sinto esperança
Sinto perigo
Sinto que não posso desistir
E desistir não irei
E jamais esquecerei
E a lutar continuarei
Pois se desistir agora
Nunca mais serei feliz
Mas se lutar
E souber esperar
Então terei de volta
O amor que me roubaram...
Sei que não estou sozinho nesta luta
Tenho meus amigos a meu lado
E no mais alto vigor!
Solto um bélico grito irado
Que a terra faz tremer
E meus olhos um fogo ardente!
Meu peito uma chama incandescente!
Olho meu objectivo fixamente
E de punho cerrado
Com a vitória em mente
Parto para a guerra acompanhado
Dos meus amigos, a minha gente
Pois se não fosse por eles

Já não estaria entre vós...


Mário Carreiro

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sonho real

Será isto um pesadelo?
Será isto imaginação?
Se o é, então é de longe
O mais real sonho
Tão real que se mistura
E se confunde com a realidade
Tão real que meu coração
Sente o que meus olhos vêm
E por todos é sabido
Que os sonhos não
Se regem pela razão
Mas se sonho não for?
E se esta irreal realidade
For a mais real verdade?
Então rogo aquele
Que tiver o conhecimento
Que me diga cá na terra
Ou grite lá do firmamento
O motivo da minha dor
E a razão do meu sofrimento
E que me diga também
Se isto é castigo ou martírio
Se for castigo, a quem fiz eu mal?
Será que alguém amado eu matei?
Ou o coração de alguém eu roubei?
Se for martírio, então recuso
Pois não mereço tal honra
Mas por favor digam-me porquê?
porquê?...
Se numa noite ao luar
Ou de dia com o sol a brilhar
Ou até na primavera
Com a chuva a pingar
Ouvir-te dizer que me amas
Então, na mais pura verdade
Dir-te-ei que sou feliz


Mário Carreiro

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mal eterno

não há bem que sempre dure
nem mal que nunca acabe

que o bem acaba eu tenho a certeza
porque não há bem com tanta dureza
mas do mal que se finda eu fico curioso
e te pergunto a ti, ó Grandioso!
e que na resposta me sejas fraterno
haverá algum mal que seja eterno?
"não!" - a tua resposta será
"todo o mal um dia acabará
e se na vida não te sair do coração
então na morte terás a solução..."


Mário Carreiro

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Rottweiler

Perdoem-me o meu atrevimento
E digo-o sem a mínima ironia
De te chamar de inútil jumento
Que só come da mais fina iguaria

E os teus santíssimos antecessores
Que por esse mundo, como condores
Foram distribuindo a pena capital
Logo após o sermão de natal

Sacrilégio dizer isto de quem nunca erra!
Que sabiamente governas esse império teu
Império de cinco hectares cá na terra
Mas de mil léguas lá no céu

Uns situam o teu império para lá do céu azul
Outros, algures em algum paul
Mas nos mapas apenas é uma ínsula
Lá para os lados da itálica península

Mas tu nunca dispensas o teu santo manjar
E com tanta banha a ganhar
Nessa tua santa refeição
Santa gordura então!

E dormindo o teu sono de reflexão
No trono de Pedro, que tens a defensão
Pudera a tantos ver-te acenar
Da varanda da basílica, o teu lar...

Mas quem te segue não são só maus odores
Também te seguem teus fiéis seguidores
Que preferem a hóstia ao pão
E bebem o sangue do teu patrão

Mas quem se sente muito sozinha
É a tua amiga, a Fatinha!
Que está lá para cima a chorar
Por ter perdido o seu amor
E nuns miúdos as mágoas foi afogar
Do seu amado não viu mais seu calor
Pois só um bando de fanáticos a gritar

É que lhe deu algum valor


Mário Carreiro

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O povo do mar

Estávamos nos campos solares
onde é translúcida a água do rio
e verdes os campos e as colinas
as nuvens viajam no céu azul
e o vento leva as folhas mortas
que ainda cheiravam a Outono
olhamos o sol nascente
surgindo de trás da colina

Foi quando sentimos
a mãe Terra tremer de medo
medo de perder os seus filhos
para as lâminas de seus inimigos

E no raiar do dia décimo
do mês das plumas
onde o céu toca a Terra
surgiu o povo do Mar
todos em suas montadas
suou a sua diabolica trompa
e esta foi ouvida a sete léguas
e no coração sentimos um aperto
como que apunhalados

Então a trompa cessou de tocar
e a Terra tremeu uma vez mais
pois os homens do mar
se lançaram colina abaixo
eram tantos que cobriram a colina
mais de dez exercitos, dizia-se
e de arco em punho
dispararam suas frechas
tantas que cobriram o céu
e o dia ficou noite
mais de mil dos nossos mataram
e outros mil feriram de morte
estavam ja a menos de cem pés
quando, de lança em riste
arremesssaram seus farpões
que se cravaram nos nossos corações
e entao empunhando as espadas
e erguendo seus escudos
carregaram sobre nós
pisando-nos com seus corseis
e iam matando cada um de nós
sem que houvesse resistência

Eu estava na linha de reforço
e por milagre escapei
para ver a ruina do meu país
e a desgraça da minha terra...



Mário Carreiro

domingo, 10 de agosto de 2008

Doença mortífera

Já la vai o tempo
em que achava algo formoso
quando te olhava nos olhos
e me via esperançoso

Mas isso já passou
e tudo acabou
meu coração parou
e parece que murchou

Não sei que dizer
muito menos que fazer
escondo-me atrás de felicidade
que só chama pela maldade

Meus amigos riem-se comigo
e até me dizem "amigo, que tens?"
e eu apenas respondo "nada,
tenho apenas a garganta abafada"

Agora sempre que me colocam a questão:
"quem será a tua nova promissora?"
Eu só digo " Não, desta vez não há ninguém."
Só pergunto porquê??
"Porque não bates mais meu coração??"


Mário Ilhéu

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Harmonia

Toda a minha harmonia foi quebrada...
como o som de uma suave brisa
e o atroar de uma trovoada
ou como a delicada musica de uma harpa
e o metálico som de uma trompa desafinada
ou a quieta pelicula de água
e a pedra que nela foi afundada
ou a quente brisa de Verão
que por um gélido vento foi abalada
ou a frágil árvore ainda jovem
que pelo furacão foi arrancada
ou como uma pequena flor
que ao invernoso frio não foi poupada
toda a minha harmonia foi quebrada...

Entrego-me agora aos caprichos de morte
que contra os rigores da vida não posso nada
contra a Deusa não me atrevo, que ela é mais forte
entrego-me em seus braços, que Ela seja louvada!


Mário Carreiro

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cego é aquele que sem ver crê

O seu olhar que tudo vê
e que sem questionar em tudo crê

Olhar que perdeu á nascença
mas da luz ainda sente a presença

Fora o seu olhar arrancado
por um gume de ferro oxidado
e por um ácido na sua efervescência
perdeu toda a sua essencia

É mais um cego neste mundo
de cegos que vivem tão no fundo

É um cego que julga ver a verdade
e julga os demais sem piedade
acusa-os de serem errados pecadores
os que nao se regem por seus valores

Mas o que ainda mais me encanta
é essa sua hipocrisia tanta
que os outros sao cegos e ele tudo vê
mas cego é aquele que sem ver crê

Nao sei o que lhe cantaram no berçário
e se tinham na mão um livro ou um rosário
julga que fizeram isso para seu bem
mas transformaram-no num ninguém

E agora sem exitação
lhe abro o peito e mostro o coração

Crave fundo a cruz que soma nas contas
pregue também a estrela de seis pontas
e para as trancar no meio
ponha um crescente de bronze feio

Ponha-se com preces e orações
cite romarias ou cante canções
que se para si cego sou

então para o ouvir surdo estou


Mário Carreiro

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A mentira... (soneto)

Pudera eu dominá-la
E ter a mestria da sua arte
Que eu pudesse domá-la
E usá-la toda ou só uma parte

Pudera conceder-me a Providência
O dom de ser mestre da mentira
Usá-la por minha conveniência
Sem incorrer na sua ira

Suplico esse dom, ó Generoso!
Que já não se usa o hábito honroso
De ter por qualidade

Aquele que só diz a verdade
Pois a mentir o Homem busca
Nestes dias onde a verdade se ofusca


Mário Carreiro

A verdade... (soneto)

Mas que duro que é saber a verdade
Desta terra onde sem esforço me perco
Olhando os outros reis desta idade
Como o rei que não sabe quebrar cerco

Pudera eu não saber o que sei
Pois já não me fariam dizê-lo
Tentei esquecer e ignorei
E já não queria mais sabê-lo

Tirem-me os olhos e a visão
Cortem meu peito e o coração
Tirem-me o nariz e o olfacto

Arranquem-me a pele e o tacto
E para a verdade eu não contar
Cortem-me a língua e o falar


Mário Carreiro

domingo, 13 de julho de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 10º episódio

O dia em queo coração ressuscitou! Até para o ano, malta! É tempo de descontrair e divertir.

Com o fim das aulas
todos querem festejar
ir para as ruas gritar:
"Finalmente estamos livres de estudar!"

Serão dois meses de descanso
sem nenhuma preocupação
ir para a praia bronzear
e ir ao cinema ver filmes de acção

Quanto a mim
entro em bem nestas férias
a um casório irei
assistir a dus belas festas

Quando menos esperei
abordado por uma pessoa fui
uma rapariga me quis conhecer
eu até pensei estar a sonhar

Será que é desta
que volta a bater o meu coração?
Mas se quiserem saber mais
não percam as próximas crónicas
porque eu também não.


Mário Ilhéu

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 9º episódio

O dia em que o coração parou! Uma dificil decisão e a chegada dos exames do Ministério da Educação.


As aulas chegaram ao fim
e com as férias mesmo à porta
existe muita coisa a pensar
muitas planos a ponderar

Mas antes disso
eis que chega o momento decisivo
semana e meia de estudo
para garantir o nosso futuro

Dois exames teremos de fazer
cada um diferente do outro
até lá teremos de reter
a informação de dois anos inteiros

Depois de feitos os exames
finalmente gritamos de felicidade
as férias oficialmente começaram
está na hora da festividade

Mas há um assunto pendente
finalmente tomei uma decisão
há que dizê-lo frente a frente
desisto, quem não aguenta é o coração

Mas nem tudo está perdido
pois temos dois meses para caçar
seja quando for
irei encontrar alguém para me aturar.



Mário Ilhéu

domingo, 6 de julho de 2008

Mente nua

Alguns podem pensar
que ainda há esperança
podem até pensar
que ainda há forças
mas eu não vejo a esperança
eu não sinto essas forças...
eu estou nu...
expondo a nudez da minha mente
aos rigores do frio
e ao desespero da escuridão
Podem dizer que o vento sopra forte
que eu nem uma suave brisa sinto
podem dizer que uma estrela cadente
em todo seu fulgor ardente
caiu mesmo á minha frente
que eu nem uma pena a cair sinto
podem até dizer que estou a arder
como o ferro no alto forno
que eu continuo neste gélido covil
pois já nem a quente aragem primaveril
eu sinto a aquecer-me o sangue
Já nada sinto
apenas aqui estou
olhando o passar das idades
e á espera Dela
á espera da Divina Dama
aquela que fará de mim seu trigo
e ceifará o que resta de mim
pois apenas resta o meu pensamento
e mais nenhum sentimento
cheguei ao fim...
cheguei ao meu fim...


Mário Carreiro

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 8º episódio

O dia em que o coração travou! Um aniversário corrompido por lágrimas e raiva.


Desde aquela noite
desde que te vi naquele fato
nunca mais esqueci
tão belo enfeito

Era preto como o bréu
com uma saia a finalizar
brilhante como as estrelas no céu
ofuscante de matar

Já só faltava mais quatro dias
para mais uma festa acontecer
o teu aniversário vinha ai
e eu com os nervos a ferver

Um presente tinha em mente
mas não sabia como te dar
aconselharam-me a ir ter contigo
mas o meu coração não me deixava aproximar

Chegou o dia
estava na hora
eu iria ter contigo
e o presente te entregar

Mal cheguei à escola
uma noticia vim a saber
não havia aulas naquela tarde
fiquei parvo sem saber o que fazer

No dia seguinte tentaria de novo
mas não sabia que fazer
pois o nervosismo era tanto
que me paralizava de medo

Quando cheguei ao pé de ti
pediste para esperar
mas atrasada já estavas
e tiveste de ir almoçar

A raiva era tanta
pois já estava farto de esperar
tive para cometer uma loucura
mas um mensageiro tu enviaste

Disse que te entregaria o presente
e que depois agradecerias;
fomos embora sem tardar
e pela cara, tinha lágrimas a jorrar

Até hoje não respondeste
continuo a esperar
mas a paciência chega ao fim
e contigo terei de falar!


Mário Ilhéu

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 7º episódio

O dia em que o coração saltou! Plano Alpha em acção. Stealth Force ao ataque e o grande assalto noturno.


Com a chegada dos meus amigos
senti-me mais confiante
agora já tinha quem me apoiasse
quem me ajudasse

Já tinha algo em mente
era tudo muito fácil
só tinha de esperar a altura certa
para pôr o meu plano em prática

Faltavam poucos dias
estava na hora de praticar
agora oiçam a minha ideia
para podermos atacar

O plano era o seguinte
iamos só esperar
mas se um imprevisto sucedesse
estariamos prontos a retaliar

Chegou a noite fatal
estávamos de armas em punho
o baile de finalistas ocorreu
e nós nos lançámos para ver

Mal chegámos, procurei por ti
não te vi em lado nenhum
e por isso recuei
mas ao querer partir
algo aconteceu

Um pequeno grupo apareceu
era um tanto em maioria
estávamos só de passagem
mas se tivesse de ser
íamos todos para a pancadaria

Tentei recuar
mas foi em vão
mas ao tentar recuar
ouve, como que, uma explosão

Pelas grades espreitei
e vi-te passar
fiquei paralisado
com tanta beleza a mirar

Estavas linda de morrer
e eu sem nada a dizer
tentei lá entrar
até a guarda aparecer

Batemos em retirada
não tinhamos opção
mas posso ter certeza de algo
aquela bela e formosa imagem
jamais esquecerei, e guardarei
para sempre no meu coração



Mário Ilhéu

domingo, 8 de junho de 2008

Reino do breu

Olha á tua volta
Que vês tu?
Vês a razão da minha revolta
Por este mundo de ética nu

Este mundo de ética nu
Que me arregala os olhos
E me provoca este sentimento cru
Por ver falsidade aos molhos

Vivemos como cães de rua
Que dormem ao relento e apanham carraça
E mesmo não sendo essa a impressão tua
Pensas que somos reis em tanta desgraça

Nao sou rei, a minha alma não se atreve
Pois não posso ser rei de um reino só meu
Um rei que tanto pensa e que tanto escreve
Seria um rei falido e caido no breu

Cesso agora de escrever
Não que não queira continuar
Mas ao cançasso tenho de me render

E deixo estas quadras por terminar...


Mário Carreiro

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 6º episódio

O dia em que o coração esperançou! A chegada dos reforços. Hockmeister e Grosstressler entram em cena.


Chegou um periodo de cansaço
esta luta está a tornar-se complicada
mesmo com dois alvos abatidos
este reforço-muro parece impenetrável

Pensei mesmo em parar
e voltar à minha vida pacata
mas no último momento
oiço umas vozes a chegar

Finalmente apareçem os reforços
o patrão Carreiro, o sábio
e o poeta Pereira, o audaz
e com eles a esperança para continuar

Eles aconselharam, como homens e amigos
se realmente dela gostas
então para quê os reforços?
Sozinho és capaz, mostra a tua vontade

Do chão me levantei
e agora estou pronto
um plano na cabeça tenho
e com a vossa ajuda o cumprirei

Atacaremos ao sol posto
no dia da primeira festança
e podem acreditar nisto:
a última a morrer será a esperança.


Mário Ilhéu

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 5º episódio

O dia em que o coração duvidou! Poderá ser?? Hipótese de uma Quadrilha Fatal??


Chegou Abril
época primaveril
com a chegada do calor.
Agora para além do tempo aquecer
esta batalha, parece uma caneca a ferver.

Depois da derrota de um
veio o outro dar-me trabalho
eu cá até acho divertido
mandar um após o outro
directamente para o bogalho.

Mas levanta-se mais um boato
deixámos de ser três
e passámos a quatro guerreiros.
Seria verdade, mais um rival?!

Este já era mais crescidinho
até era bom demais para ser verdade
deixei o puto para trás, e agora
enfrentava um rapazito e um rapagão.

Por sorte, não passava apenas de um boato
mas há boatos que se concretizam
do que depender de mim
este nem sairá do rascunho.

Mesmo assim, sinto-me fraco
sozinho contra dois
preciso de ajuda, senão irei cair
e depois de tanto esforço
os outros é que se vão rir.



Mário Ilhéu

terça-feira, 27 de maio de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 4º episódio

O dia em que o coração vacilou! A queda do miúdo e o aparecimento do reforço-muro Monforte


Desde o triste dia
eu que descobri a verdade
tenho andado incerto
sobre o que devo ou não fazer

Desistir não será uma opção
por isso continuo a luta
mas também não posso
cair na tentação
de uma declaração à bruta

Dia sim, dia não
eu via-te passar à minha frente
sempre a bater forte o coração
pois sou um teimoso crente
que irei ganhar a luta
e nos outros irei criar
ridicularidade e inveja

Por sorte dos diabos,
eis que me chega uma noticia
o miúdo fez asneira
e ela deixou-o na ignorancia

Mas como um mal nunca vem só
além de mim, outros se aproveitam
Monforte é o seu nome
e chegou para ficar

Se um já consegui derrubar
o outro não fará muita pressão
Mas que estou para aqui a dizer?!
Com mão firme no coração
Tenho fé que vos posso vencer.



Mário Ilhéu

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Profecia ao Mário Ilhéu

Primeiro veio um inimigo
que com furor o odiaste
tinha de um rei o nome
pois por Dinis era clamado
Ela por ele tinha amizade
que é o amor da sua idade
mas por erros imbecis
daquele tenro querubim
ela o esqueceu como amante
enfim...
A luta estava longe de acabada
mais um estava por vir
de Torrão, veio um antigo dela
um nome de negreiro possuia
por Monforte era cantado
nome de traidor, justo á sua láia
e se com esforço de menor
o outro venceste e derrotaste
com igual esforço este vais derrubar
Mas se te julgas já vencedor
(embora já te seja merecido)
sai do engano, pensa no teu amor
ainda um está por vir
seu nome é desconhecido
mas uma coisa te garanto
ele ainda irá tentá-la
e ela a ele vai amá-lo
e ao desprezo te vai entregar
e vais sentir que é o final
que tudo está acabado
E aí entro eu, de torcha na mão
para te iluminar o caminho
mas não mais te poderei ajudar
porque tens de lutar sozinho
mas se duramente lutares
a vitória será tua, meu amigo
E nesse dia, mais que nos outros
o vento com força soprará
os anjos cantarão...
o Sol, resplandescente, brilhará
porque a mulher de Abraão
finalmente tua será...
e será tua para sempre...
e para sempre te amará...


Mário Carreiro

Um poema dedicado ao meu amigo Mário Ilhéu (que também participa neste blog) atendendo á sua situação sentimental e advertindo-o das provações futuras.

domingo, 25 de maio de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 3º episódio

O dia em que o coração acelerou! Ameaça Tripla pela conquista de um sonho.


Vim a descobrir a razão
pelos acenos triviais
pelo segredismo constante
e pelos sorrisos escondidos

Disseram-me o que contigo se passava
estavas apaixonada por outro
um rapaz teu conhecido
e para minha desgraça
também te era muito chegado

Durante várias semanas batalhei
contra esse némesis
para ganhar teu coração
mas quando pensava que estava tudo ganho
parecia ter sido tudo em vão

Surgiu outro
mais próximo de ti que o anterior
era um "ex" que voltou,
por mim até podia ser rei
mas a mim, ainda não derrubou

Agora somos três
a lutar pelo mesmo sonho
eu cá, não penso desistir
perder não será opção
pois penso continuar a lutar
até a Morte me levar

A luta terá que ter um fim
pois todas acabam assim
a última cartada será na festança
onde aí surgirá
uma nova, aguardada esperança.


Mário Ilhéu

sábado, 24 de maio de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 2º episódio

O dia em que o coração murchou! O aceno trivial e a longa espera por uma nova partida.

Chegou-se o Natal
finalmente chegaram as primeiras férias
e com elas, as primeiras semanas sem te ver
Sempre que podia, falava contigo
perguntava come estavas e o que fazias
tu apenas respondias-me, sempre sorrindo
"Estou bem, estou melhor. E tu?"

Estas eram as nossas conversas
e eu, com uma nova época de aulas
quase a surgir, questionava-me
"Como serão as notas que iremos tirar?"
Tu rias-te do assunto
e na descontra dizias
"Ainda falta muito, até lá sobem-se"

Finalmente acabaram as férias
e chegou mais um novo periodo.
A primeira coisa que mais desejei
era ver-te de novo, a sorrires para mim.
Mas em vez disso, passaste ao lado
sem nada dizer, e eu estranhei.

Confrontei-te, perguntei-te
mas o que se estaria a passar?!
Nem um adeus, nem um olá?!
Tu apenas dizias que tinhas pressa
e eu disse que se esse era o problema
então basta um aceno, para eu te ver.

Também deixaste de ir aos treinos,
e eu esperei, e esperei, e nunca mais apareceste.
Já lá vão cinco meses, a espera continua
pois tu prometeste-me, uma nova partida.
Desde aí foram só acenos, os sorrisos esconderam-se
mas que se passava, nessa tua cabecinha?!


Mário Ilhéu

terça-feira, 20 de maio de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 1º episódio

O dia em que o coração bateu! Amor à primeira vista, amor à primeira raquetada!

Foi em Outobro
no inicio da queda das folhas
com o sorruçar das árvores nuas
o roçar dos galhos
num dia maravilhoso, solarengo
que vi-te pela primeira vez

Ainda me lembro,
quando saiste pela porta do balneário
com a tua camisola branca
com um gato no centro
e umas calças cor de rosa
tão bela que até causava desmaio

Foi no dia 24 penso eu
olhei-te nos olhos
enquanto caminhava para o campo
pronto para mais um jogo.
Mas n sei porquê
ao olhar para ti
deu-se-me uma explosão em mim
que me deu força para ganhar

De repente, ouve-se o apito
o professor manda trocar
e quem me haveria de calhar
para sorte do destino
senão tu

Aquele teu sorriso esbranquiçado
intenso, como a luz ao fundo do tunel
um olhar fulminante
sempre com essas pérolas a cintilar
comprimentei-te e tu respondeste
com um breve "Olá"

Começou a partida
eu lancei, e tu atacaste
passámos o volante um ao outro
tentando ver quem marcava
foram uns cinco toques, quando,
o volante acerta-me na cabeça

Um pouco preocupada
mas ao mesmo tempo a sorrir
pediste desculpa, apenas dizendo
"Xorry"!!
Eu ri-me, com tal palavreado
mas ao mesmo tempo, dentro de mim
um calor, como que uma pequena chama
se acendia no meu coração

Foi aí que me apercebi
que as verdades têm de ser ditas:
existe sim, amor à primeira raquetada
E ainda por cima
levei uma bruta de uma chouriçada!


Mário Ilhéu

Aviso: obra literária a caminho

Caros visitantes,
a partir de hoje, 20-5-2008, eu, Mário Ilhéu, irei lançar uma obra literária feita por mim, sobre os acontecimentos ocorridos no ultimo ano. Esta obra será composta por 5-10 episódios e será lançada semanalmente ou quizenalmente, mas haverá sempre aviso prévio de quando o irei publicar. A obra chama-se "Crónicas de um poeta apaixonado" e espero que gostem de lê-la, tal como eu gosto de escreve-la.

Um bom dia para todos e resto de boa semana,

Administração:
Mário Ilhéu

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Crítica aos críticos

Já fui parvo e néscio
Já cometi erros e falhas
Como ter cessado de falar
Como ter parado de escrever
Por causa da opinião de outros

De ter ligado a sórdidos opinantes
Me arrependo e me emendo

Esses doutores de larga boca
Alheios ao sentimento com que escrevo
Que facilmente besuntam sua língua
De palavras vazias e ocas
E que suas são muito poucas

E essas palavras de opinião
Que largamente jorram
Como água corrente no Jordão
E que tentam pôr cerco á minha fala
E prender minha vontade
Á ideia de escrever
Apenas para quem me for ler

Mas ainda com penas se tem de escrever?!
Julgava eu com lápis e caneta já ser!

Venham daí esses juízes de qualidade!
Venham também bajuladores em quantidade!
Que a minha pesada e atrasada pena
Não cessará de escrever

Por mais que vos enjoe as minhas palavras
Por mais que vos aborreça a minha voz
Ela é e será minha e só minha
E mesmo que não seja ouvida por ninguém
Não a deixarei cair na boca de outrem!



Mário Carreiro

sábado, 17 de maio de 2008

At the hardest moment...

You know it's over
you feel it
the end...
fallen on the ground, unable to move...
unable to scream...
unable to call for help...
defenseless...
you think it's just a matter of time till
the end of your journey...
but! is it?
you hear someone calling for you
they haven't forgotten you
you feel them get near you and
pull you out of the battle
you see them in danger for you
you, even in deep pain, feel good
you feel relieved, you feel happy
why?
they came for you, to save you...
that's the beauty of friendship.


Ricardo Relvas

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A guerra que é amar-te

A guerra começou há menos de um ano
Soube desde esse momento qual a minha missão

Para a batalha parto eu
Para poder conquistar o teu coração
Preso naquela torre, que te impede
De ver a verdade, que não é só o exterior
Mas que também conta o interior

Está na hora de ir
As minhas tropas tenho de reunir
Somos aos milhares, só para poder salvar
Aquela cujo olhar
Brilhante como o Sol
Fulminante como um relâmpago
Precioso como o belo ouro

Depois de as armaduras vestir
Das armas e munições carregadas
Está na hora de partir
Em direcção ao horizonte
Onde espero derrotar
As terríveis bestas que te aprisionam

Finalmente chegámos ao rendezvous point
Eu comando a frente de batalha
À frente as hordes dos temíveis inimigos
Com um olhar de morte sobre mim e
Os bravos que me acompanham

Ao estalar dos tambores, rebenta a batalha
Flechas voam pelo ar
Espadas raspam entre escudos e armaduras
Lanças quebram-se, corpos caem
Este era o resultado de várias horas de combate

Eu batalho o meu caminho por entre
Corredores e muralhas, para poder
Entrar na torre onde te encontras
E te resgatar.
Subo escada após escada
E finalmente chego ao meu destino

Lá estás tu, parada a olhar
Para o sangrento campo de batalha
Tentando perceber quem sairá vencedor
Eu aproximo-me, apresento-me perante ti
Digo-te o que ali faço
E por um braço te agarro, para te levar
Dali para um lugar seguro

Quando chegamos lá abaixo
Vejo os inimigos a rodear-nos
Penso: “ Será este o meu fim?
Tanto trabalho para nada?”

É então que do nada, surgem
As nossas ultimas réstias de esperança
Depois dos reforços chegarem
Eu conduzo-te para o meu cavalo
E com escolta te mando seguir,
Com um sorriso nos lábios me despeço
E para trás fico, com os restantes

E aquilo que me vem ao pensamento
No que parece ser o fim é:
“Cumpri minha missão, estás salva
Vive uma vida feliz, e até ao nosso encontro
No Outro Mundo

Com isto acabou-se a batalha
A princesa foi salva
A honra de muitos homens foi preservada
E quanto a mim, apenas posso dizer:
“ Morro feliz, pois sei que agora
Poderás sorrir à vontade
Sem estar presa por nada ou ninguém”

Assim caio, espetado por lanças
Perfurado por espadas
Mas com um sorriso no rosto
E mão ao peito, pois finalmente acabou.

“O meu corpo perecerá,
O meu espírito partirá
Mas o meu amor por ti
Eternamente viverá”

Mário Ilhéu

terça-feira, 13 de maio de 2008

Á minha doce amada

Oh! minha deusa mais bela
mais bela que as planíncies verdes
no auge da Primavera renascida.
Pudera ter-te a ti em meus braços
para te abraçar
para te beijar
para te mostrar o quanto eu te amo.
Mas uma maligna força me impede
algum mal me retem
de te dizer abertamente
que és alvo da minha paixão
paixão demente e voraz
que muda todo o meu ser
muda-o, tornando-o mais sensível
e que me leva a tender
o irracional pecado cometer
tirando-me a razão que podia ter.
Humildemente peço
que me façam valer o vosso perdão
por tão entediante repetição
mas nada me dá tanto prazer
como a tua pura beleza
aos quatro ventos cantar.
E que um desses ventos leve
fazendo por ti ser recebido
esta minha pobre oferenda
que não são jóias nem riquezas
e que nem de uma flor se trata
mas sim estas palavras que escrevo
que a ti as dedico...
e com amor as concebo...


Mário Carreiro

Guerra perdida

Por momentos fecho os olhos
Porque abri-los não me irá agradar
Pois vislumbrei o cenário de guerra.
Desembanho da minha espada
E sigo este destino incerto
Pois dele posso não voltar
E começo...
Começo a fatiar braços
A decepar cabeças
E arrancar corações
Sinto o sangue inimigo
A jorrar por entre as minhas mãos
Que sensação de adrenalina!
Continuo a chacina
Lapidando vidas incógnitas
A guerra está ganha!
Até que...
O meu corpo gela
Ficou dormente
Uma espada cumpriu o seu dever
A minha vista escurece
E a minha vida desaparece
Eu olho para o céu e ...
Num último suspiro. . . Morro!!



Sandro Pereira

Amor é um jogo

Fui ao casino do amor
Apostar as minhas moedas
Para obter uma oportunidade
De ganhar o teu coração
Apostei uma...
Duas.... Três....
Apostei até não poder mais
Para no fim reclamar o meu prémio
Mas....
Sorte malvada
Fiquei sem moedas!
E em vez do teu coração
Apenas me magoei
Fui para casa
De coração partido
Mas com a esperança
De um dia voltar
Para um nova jogada!


Sandro Pereira

segunda-feira, 12 de maio de 2008

My sword

My sword is no longer pure
it as seen too many...
too many that left this world...
too many had seen it for the last time...
too many lost their loved ones to it's blade...
too many tears, too many screams...
while some cry, others rejoice
while some die, others are born
it took lives, but it also saved lives
My sword is no longer pure...
forged to kill
forged to defend
Our honor
Our families
Our home...
But used to destroy
their honor
their families
their homes...
My sword...


Ricardo Relvas

domingo, 11 de maio de 2008

Apocalipse

Já vimos o primeiro sinal
O segundo já vem a caminho
Depois o terceiro e o quarto
E quando finalmente
As trompas tocarem
Chegará o quinto
De entre fogo e enxofre
De entre peste e males
De entre guerra e caos
Virá O QUINTO
Virá a salvação
No meio das trevas
Virá a luz
E no meio do silencio da morte
Ouvir-se-á a harpa da vida
Exortando aos justos
Que reclamem a sua merecida glória
E que aqueles que
Rejeitaram a luz
Sucumbam nas labaredas de Belzebu!


Mário Carreiro

*A elaboração deste poema não visa defender nenhum ponto de vista ideológico/religioso. Apenas foi resultado da imaginação criativa do seu autor.

Razgriz

Uma sombra paira no ar
Um odor fétido
Um ar irrespirável
Um vulto de morte
Sente-se uma agonia
Uma agonia de morte
Eis o abismo
Contempla as suas trevas
Eis a morte
Contempla a sua vida
E dos mais longínquos confins
Do mais profundo abismo
Onde apenas a morte
Habita as trevas
Ei-lo, eis o Razgriz
Contempla as suas asas negras
Contempla a sua sombra
Fecha os teus olhos e descansa
Que a morte chegou
E vai-te acolher em seus braços
E levar-te para o seu reino


Mário Carreiro

O nosso amor

Quando me disseste,
Que querias falar comigo,
Eu fiquei nervosa,
Mas ao mesmo tempo curiosa.

Fiquei a pensar no que poderia ser,
Mas não me vinha nada á cabeça,
Até eu adormecer.

No dia seguinte,
Vieste falar comigo,
Disseste-me que não aguentavas mais,
Estar sem mim,
E perguntaste-me se queria namorar contigo.
Eu aceitei, sorrindo.

A partir daí,
Começámos a namorar.
E espero que esse amor nunca vá acabar.


Lara Soares

Aquele olhar

Quando eu te vi pela primeira vez,
Estavas a olhar para o mar,
Fiquei a olhar para ti com cara de pasmar.

Pensei que aquilo era um sonho,
Mas quando voltei a olhar para ti,
Vi que estavas tristonho.

Fui me embora a pensar em ti,
No dia a seguir voltei ao mesmo sítio a sorrir.
Mas não te vi lá,
Depois comecei a pensar onde é que te podia encontrar.
Não estavas em lado nenhum,
Só me apetecia chorar.
Mas ainda acredito, que um dia te possa ver,
Mesmo se alguém não querer.


Lara Soares

Amar

Há muita gente,
Que não quer amar,
Pois essa gente não se quer magoar,
Com os sentimentos não gostam de brincar.

O amor nunca costuma ser eterno,
Pois parece acabar sempre no inferno,
E há aquelas pessoas que escrevem num caderno,
Para desabafar,
E para apagar das suas cabeças,
Aqueles maus momentos,
E porque também têm sentimentos.

Amar é respirar o ar,
Que nos faz suspirar.


Lara Soares

Minha mente, Meu coração!

A minha mente vagueia na luz,
Os meus olhos brilham ao te ver,
E o meu coração chora por não te ter.

Estou sempre com a cabeça na lua,
Pois só penso em estar contigo,
Em cima de uma rocha nua,
A olhar para o mar.

Até eu deixar de te amar,
Só mesmo quando,
O meu coração parar.


Lara Soares

Os amigos

Os amigos,
Estão cá para ajudar,
Não para julgar,
E também para gestos carinhosos dar.

Só os amigos verdadeiros interessam,
E só esses a nossa amizade merecem.

Mas há aqueles que se esquecem,
E julgam as outras pessoas,
E esquecem-se que as outras pessoas,
Têm sentimentos,
E depois ficam com maus pensamentos.

Respeita as pessoas como elas são,
Pois elas podem ter um bom coração,
E dependendo do teu querer,
Uma amizade sincera,
Poderá nascer.


Lara Soares

O que é amar?

Amar é sorrir por nada,
E ficar triste sem motivos,
É desejo de um carinho,
É abraçar com certeza,
E beijar com vontade,
É passear com felicidade,
E ser feliz de verdade.


Lara Soares

Liberdade

Liberdade é o mostrar do sol encoberto,
É sonhar desperto.
É abrir a porta do coração,
Lutar, sentir, liberdade, uma emoção.

Liberdade, são os sonhos,
Que não ficam por sonhar,
É a voz do poeta, é uma magia secreta.


Lara Soares

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Frente a frente

Adoro-te demasiado
mesmo que estejas cansada
ou com expressão de zangada
mas pergunto-me se será correcto
viveres assim tão preocupada.

Aqui me encontro
virado do avesso, com tudo isto
à tua volta, mesmo com esse teu
sentimento de indiferença
sinto-me um pouco desnorteado

Existem outras coisas que
te queria perguntar
mas o nosso diálogo é logo interrompido
pelo som do carro a chegar
pronto para longe de mim te levar

Aqui estou eu
olhando para ti, completemente hipnotizado
por esse teu belo rosto
que reflecte a beleza de uma deusa
e eu sem forças para falar, para aqui engasgado

É estranho, até mesmo para mim
como é possivel que por qualquer coisa
penso logo em ti
mas quando nos confrontamos cara a cara
nao sei que fazer, fico logo a tremer

Feito parvo não aproveito
mais uma boa opurtonidade de te dizer:
"Amo-te, mais que qualquer coisa neste mundo"
mas como sempre contento-me em te acenar.
-É esta a minha forma de agir, é assim que te continuo a amar.


Mário Ilhéu

Hastings

Desde terras longínquas
Ou das aldeias mais próximas
Vêm batalhões de soldados
Todos armados e providos
Providos de mantimentos
E providos da Providência
Todos eles galantemente marchando
Erguendo o esplendor do seu estandarte
Á viva luz do Sol vigente
Ao cimo do ermo se chegaram
E para uma breve olhada se detiveram
E do gigante Caldoc miraram
A frota inimiga aproximando
Francos, Normandos, Iberos
Todos eles desembarcaram
E com suas trouxas se apearam
Liderados pelo infame bastardo
Que de William, o Normando é lembrado
Avançaram em direcção ao monte
E na sua base pararam
Em três filas formaram
Estando os arqueiros na fronte
Segue-se a linha principal
De lanças, piques e espadas formada
A terceira continha a cavalaria
Que para carregar estava preparada
E Rufus, o legitimo do bastardo
Com a sua guarnição a postos
Protegia a ponte na retaguarda
Nossos homens vendo tal demonstração
Encheram de bravura o coração
E com vigor o Scuto formaram
Preparando para o impacto inicial
E os Huscarls de malhas e machados
Protegiam o nosso Harold glorioso
Junto à árvore na ala central
As trompas tocaram dando o sinal
Para o avanço das fileiras
Á mercê de projécteis aguentámos
Até ao combate termos entrado
Batemo-nos com coragem e bravura
E da vitória já estávamos abençoados
Quando, como que por nossa arrogância
O maldito momento chegou
Das mãos de um arqueiro desconhecido
Um projéctil foi disparado
E rápido como a estrela que cai do céu
No coração de Harold se cravou
E arrastando-se moribundo
Ao caule da velha árvore se encostou
E num suspiro de desespero
A morte para seu reino o levou
E nossos homens outrora bravos
Agora quietos e pálidos
Acobardaram-se e retiraram
Incrédulos com a perda do líder
Mas nem todos fugiram apressados
Os Huscarls em posição se mantiveram
Mas eram poucos, foram logo derrotados
E pelo vil inimigo foram aprisionados

Uns foram mortos e outros escravizados


Mário Carreiro

O envelhecimento

a vida começa de uma dolorosa forma
para nossa mãe claro
mas nem por isso menos desprezada
assim nascemos e começamos
a envelhecer
a infancia nós passamos
a brincar e a sujar
mas sem os nossos
pais não saibamos tolerar
a adolescência se aproxima
e os verdadeiros perigos
se adivinham
drogas, tabaco, e bebida
são alguns deles mas
nem por isso sao os unicos
os adolescentes amadurecem
e adultos se tornam
a idade da responsabilidade
e do trabalho que é
recompensado com a comida
que nos cai no prato
ao final do mês
os anos vão passando
e velhos nós vamos ficando
e com grande animação
nós acabamos a nossa
vida de acção


Luís Marques

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Tu és aquela

Pouco a pouco
apaixonei-me por ti
e pelo teu brilhante sorriso
que me deixa nervoso
com as mãos a tremer

Assim que te conheci
lembrei-me daquele local especial
que adorava em criança

Que faço eu aqui?
Qual o sentido da minha existência
sem ser te amar
e pela longa estrada da Vida continuar

Existem vezes em que olho para trás
um pouco, pensando no que perdi
mas agora sei que
lutarei pelo teu amor
com coragem e orgulho no coração

Com uma réstea de esperança
seguirei lutando e vivendo
mesmo que finjas que não existo
não te apercebes que gosto de ti?
Quando penso que estou contigo
de mãos dadas.


Mário Ilhéu

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Minha Vénus

Ao pôr-do-sol eu te olho
Com a fraca luz solar
Incidindo nos cortinados
E estes bailando ao ritmo
Da suave brisa do anoitecer

E lá estás tu, meu amor
Vestida de puro branco
Deitada num leito de pétalas
E lá esperas por mim
Para eu te amar

Moves-te lentamente
E o vestido cola-se ao teu corpo
Denotando as tuas doces formas
Essas tuas formas femininas
Que a espinha me arrepiam

Vejo a forma das tuas ancas
Em contraste com a cintura
Formando uma perfeita curva
Curva que se move lateralmente
Coma doçura do teu andar

Vejo também os teus seios
Justos ao teu vestido
Como que querendo olhar
Através do decote aberto
Esses seios firmes e fartos

E os teus mamilos
Elevando-se dos seios
Fazendo relevo no vestido
Olhando para mim
Com a sua cor de pétala de rosa

E esta minha visão de ti
Esta miraculosa observação
Faz despertar um calor em mim
Um calor que arde como fogo
Um fogo que me torna selvagem

Eu sucumbo à tentação
Que ardentemente me guia até ti
A tentação de te beijar
A tentação de te tocar

E de te possuir
No leito do nosso amor…


Mário Carreiro

domingo, 4 de maio de 2008

Significado de amar

amar é tão lindo
amar é tão profundo
e amar é viver
amar é sonhar
amar é chorar de alegria
amar??
sim amar...
é essencial à vida
pois sem amor não há alegria
sem alegria não há vontade
vontade de viver
vontade de se apaixonar
para poder concretizar
um sonho de encantar
e para a familia se orgulhar
do seu filho que amou...


Tatiana Pereira

Liberdade

Porque custa tanto a escrever
Sobre um valor tão profundo?
Será porque alguém a perdeu?
Porque alguém por ela morreu?
Talvez sim, talvez não
Talvez por nunca ter pensado nisso
Talvez porque nunca a perdi
Talvez porque nunca senti falta
Mas agora penso
Agora a perdi
Agora sinto falta
Agora sei
Liberdade é...
Uma gota de chuva a caír
Um pássaro a voar
Uma criança a rir...
Liberdade é vida


Sandro Pereira

Sofrer sem sentido

Porque nos dedicamos tanto a alguém?
Porque nos subvalorizamos para a fazer feliz?
Para receber carinho?
Para receber desejo?
Para sentir que somos precisos?
Para sentir que somos amados?
Talvez...
Mas o que recebemos em troca?
Desinteresse, Desprezo...
Indiferença, ódio...
Valeu a pena?
Porque mudamos a nossa pessoa?
Por alguém que não merece
Alguém que nos esquece
Alguém que não gosta de nós
E agora...
Estamos no fundo
E agora sabemos
Amar é...
Amar é sofrer


Sandro Pereira

quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Futuro

pessoas a roubar
outros a morrer
pessoas a traficar
para sobreviver

fábricas a falir
pessoas endividadas
sem conseguir
pagar a casa comprada

petróleo a encarecer
lojas a fechar
pessoas a morrer
água a secar

pessoas sem poder
sair de casa sem fritar
o petróleo a desaparecer
sem alternativas para comprar

este é o futuro
que nos reserva
sem um furo
que nos preserva


Luis Marques

terça-feira, 29 de abril de 2008

Sonhar acordado

Se pudesse para sempre sonhar
Desejava nunca mais poder acordar
Pois so consigo sonhar
Contigo, contigo linda donzela


Ainda estou para aprender o que a tristeza é
E so agora comecei a perceber o que é a dor
Pois tudo aquilo que sinto por ti
Só podem ser dito em voz alta


Todos os dias, de manha ao acordar
Olho em meu redor para te encontrar
E anseio pela hora chegar
Para contigo estar


Se pudesse para sempre sentir
Este sentimento em mim fluir
Pois só te quero a ti
Minha doce, minha doce princesa


Se ao menos te pudesse dizer
Este meu grande prazer
De nos meus braços te ter
Minha flor, minha flor primaveril
Meu anjo, meu anjo voador
meu amor, meu amor juvenil.

Mário Ilhéu

Dedicado a uma pessoa especial, alguem 5*, adoro-te pingenta

So shite ski daros, S.R.P.C.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Guerra

Filha de Zeus
Gémea de Ares
Prima de Apolo
E amiga da Fortuna

Oh! Musa mais bela
De entre todas as criaturas
Sentada num trono de ouro
Adornado de diamantes
Assentando sobre uma pilha de cadáveres
Flutuando num lago de sangue
Ela observa sorrindo
A mortalidade dos mortais
Vendo estes dedicarem-se
Ao seu sangrento culto

Oh! Musa sanguinária
Vendo os teus brancos cabelos ao vento
E teus olhos ardendo de ódio
Sentindo a tua respiração
Como gritos de agonia

Oh! Minha musa amada
Que eu amo tanto
De entre todas as outras
Cujo os olhos são bolas de fogo
E a voz o trovoar de uma bombarda

Tu que nos ensinas
A não aprender
Tu que causas retrocesso
E que promoves o progresso
Tu que divides povos
E unes nações
Tu que és pilar de impérios
Tu que doces canções
Cantaste aos antigos
Pois de ti somos mendigos
Tu que por todos és odiada
Que por todos és difamada
Mas que por todos és amada
E para sempre serás desejada
Tu que fazes pais
Enterrarem seus filhos
E que fazes filhos
Nunca verem seus pais
Tu que transformas
Uma seca e árida planincie
Num oceano de sangue
Tu que tornas estéreis os campos
E que de seguida os fertilizas

Oh! Divina dama
Dos cabelos de marfim
Teus lábios húmidos e carnudos
Escorrendo sangue para teu peito
Sangue de todos aqueles
Que te odiaram
Sangue de todos aqueles
Que te amaram
E sangue de todos esses
Que para ti não olharam

Retiras-te agora
Para teu aposento
Dormindo em lençóis de seda branca
Acompanhada de uma pomba branca tua amiga
Deixas por agora estes mortais
Para que amanhã

Os tortures ainda mais…


Mário Carreiro

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Blog quase livre

Apesar de termos sido nós a iniciar o blog não quer dizer que mais pessoas não se possam juntar.
Se você tiver algum poema que deseja que nós publiquemos aqui basta enviá-lo para o seguinte e-mail:
mariocarreiro@netcabo.pt juntamente com o nome do poema e com o nome com que queiram que o poema seja assinado (pode ser o vosso nome ou uma alcunha, o que interessa é o poema).

Não consigo esquecer

fujo para aqui
neste recanto solitário
onde o teu amor apenas existe
no meu imaginário

muitas musas amei
desde que nasci
mas um amor igual a este
por nenhuma delas senti

preso estou, a este sentimento
sem que dele possa escapar
por mais que evite este pensamento
pago por cometer o crime de amar

chego-me a este rio corrente
e choro lágrimas nas suas águas
ele que as leve para o poente
e me faça livre das minhas mágoas

já o fim da linha se aproxima
já sinto uma angústia forte
que não mais caminho há senão o de cima
que me leva ao abismo da morte

tentei em tudo conseguir
mas em nada fui capaz
senão de uma tristeza sentir
por apenas ter olhado para trás

muito tentei mas não consegui
senão arruinar mais a minha vida
custa-me dizer que desisti
mesmo sabendo que era causa perdida

sinto uma fria nortada
esse vento que vem de norte
que como remédio não há nada
melhor do que a santa morte

não venham com tretas me falar
julgando-se de maior moral
que nenhum de vós me pode julgar
por padecer de tão horrível mal

mal esse que eu faço descrição
que me provoca tamanha dor
esse mal que me atormenta o coração
mal horrendo que é o amor!


Mário Carreiro