domingo, 15 de março de 2009

Força

Ó Força que és tanta
Que empurra, puxa
Baixa e levanta
Este mundo e as vontades
Que quebras em pedaços
As suas contrariedades
Que te espalhas pelos campos
Por quantos mundos vês
E por outros mundos tantos

Tenho-te a ti em mim!

Ó Força que me asseguras
Não ser por uns palmos de terra
Que o meu amor se enterra
Nem que pela areia da ampulheta
Faça nele haver ruína
Marcada pela tua silhueta

Tu és em mim!

Ó Força das minhas amarguras
Motor da Crónica Natural
Haverá em quem te projecto
Uma Força assim igual?
E se houver diz-me sobre Ela
De quem é a sua combustão
E se é Ágape de mastro e vela
Ou Eros de propulsão

Que será de mim

Se não for em ti?


Mário Carreiro

quinta-feira, 5 de março de 2009

Kal Kalborah

Ali vai Kal Kalborah
o deus-serpente
que em seu luzidio
batel vai diligente
rasgando o céu
e a galáxia em seu redor
corpo de cobra
e cabeça de condor
e condor é de certeza
pois com dor e tristeza
o olha quem o vê
e como quem prevê
pelo sinal de um eclipse
o fim, o julgo, o Apocalipse
o fim
porque enfim
tudo o que principia
findará também um dia
o julgo
que no momento final
será dada a sentença monumental
que fora já prevista
no episodeo primordial
e o Apocalipse
tal como na elipse
que no principio tem começo
e no começo tem o final
que do nada criou tudo
e tudo leva a nada

Viva os benditos!
viva os punidos!
viva o inferno que reina!
viva o paraiso que não há!
viva o grande Kal Kalborah!


Mário Carreiro