sábado, 17 de outubro de 2009

A Sensualidade da Verdade

Mais um inútil dia passara
Que as peganhentas rédeas
Do ócio que o dia guiara
Me tomaram lascivas e enfermas

Ando como quem coxeia
Abstinente de qualquer emoção
Como quem se arrasta na areia
Eu me arrasto pelo chão

Sinto-me tão pálido e de alma corrompida
Sinto a minha pele a derreter
Suficientemente vivo para não ter vida
E suficientemente morto para não viver

E neste estado de debilidade
Sinto-me fora do mundo
Observando a humanidade
De um panorama profundo

E vejo-os nas humanas futilidades
Activos, moribundos e sociais
Pfff... meras ritualidades!
Que os faz achar que são mais do que animais
Na caótica guerra das sexualidades
Querem sempre mais, e mais, e mais...

Nem vêem a Sensualidade

Que há na pura Verdade...


Mário Carreiro