"Cruza a terra do Atlante
(uma viagem deslumbrante)
E verás a Liberdade
Na sua grandiosidade"
Um famoso imperativo categórico
De um famoso discurso retórico
"O Sonho" dizem eles
O sonho de enriquecer às custas daqueles
Que com custo conseguem viver
E do «Sonho» não vêem sequer parecer
Quantos foram já os ingénuos
Que acolheste (prometendo tesouros eternos)
No teu berço, no teu ventre que banhaste
Com dólares para esconder os que enganaste?
Quantos escravos já tomaste
Convencendo que os ajudaste
Com um falso e hipócrita altruísmo?
Tudo para satisfazer o teu voraz consumismo
Quantas ogivas já deste à luz?
Daquelas que tudo a nada reduz
Quantas Gomorras e Sodomas?
Quantas Troias e quantas Romas?
Quantos Neros tu tiveste?
Quantos tiranos ao mundo deste?
Tiveste Nehru enquanto pudeste
E um Yeltsin lá no Leste
E quem se recusa a lamber o teu tacão
A sola do Império do Cifrão
É logo um comunista a combater,
Um terrorista a abater
Ó Pátria do Chacal!
Ó Puta gorda e sem pudor!
Quanto do teu suor
São lágrimas do Mal?
Mário Carreiro
Sem comentários:
Enviar um comentário