Ergo à boca um copo meio baço
Ainda com uma gota de bagaço
E sorvo num sorver já embriagado
Sedento como um alcoólico desesperado
Tudo isto num transe, numa orgia
Narcotizado pela nocturna calmaria
Nesta noctívaga vigília que destroi
O homem e faz nascer o heroi
Que pega a espada e o escudo ufano
Nele regorgita as suas entranhas
E o tange com um sórdido verso profano
Que alude às das musas, as mais estranhas
A quem dou toda a ternura de meu braço
Peço, então, a mim mesmo: mais um de bagaço!
Mário Carreiro
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