segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Soneto da Saudade

Eis-me aqui prostrado
Rendido ao teu Império
Desnudo e fustigado
À mercê do teu vitupério

Ouvindo na tua voz um doce fado
Esse mel que me cantas ao ouvido
Essa dependência do Passado
Esse vício do tempo já perdido

Inerte, impotente de acção
Envolto numa névoa cerrada
Desejando, com ardor, a repetição


Daquela crónica há muito desusada
Na esperança de uma nova produção
Daquilo que foi e que agora é nada


Mário Carreiro

1 comentário:

Claudia Mateus disse...

e ao sexto dia o Mário deixou de escrever sobre pingas de urina nos ténis, provavelmente novos.

(Desejando, com ardor, a repetição)