caminho por uma rua sem fim
uma rua plana e larga
mas no entanto
uma rua fria e tenebrosa
uma rua escura e solitária
uma rua onde ninguém
me abre a porta do coração
e nesta rua me encontro
sem ninguém a meu lado
á espera que rompa o sol
por detrás das escuras nuvens
que o céu cobrem
e assim foi até ter visto uma porta
uma porta entreaberta
de onde se via um freixo de luz
saindo da estreita abertura
como um sinal de vida
no meio de um árido deserto
aproximo-me e a abro
e de dentro vem algo
que me fez sentir vivo
esse algo é a luz radiante
da beleza da tua pessoa
esse algo é a doce música
da tua voz no meu coração
vi-te lá dentro e chorei
mas não chorei por pena
não chorei por medo
não chorei por tristeza
chorei
por não haver luz
mais brilhante que os teus olhos
chorei
por não haver seda
mais suave que a tua pele
e por ti uma lágrima derramei
uma única lágrima
como eu quero que nós sejamos
um único ser!
Mário Carreiro
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