sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O meu Inferno

Um véu branco
Que sobre mim cai
E dentro do qual me tranco

Em redor apenas vejo chamas
Que consomem meu corpo
E queimam minhas entranhas

E no culminar da minha sanidade
Até perco a lógica
Em troca de saber a verdade

E dá-me então uma vontade
Uma vontade de amar
De amar sem piedade

Já não sinto alegria
Nem sinto tristeza
Sinto apenas uma euforia

Que me toma assim
E me possui a mim
Que me faz perder a razão
E todo sentimento
Que resta no meu coração

Tornando-me num mecanismo
De puro masoquismo
De pura dor, de puro sofrer
Por tanto desejar

Aquilo que tanto queria ter…


Mário Carreiro

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