terça-feira, 20 de maio de 2008

Crónicas de um poeta apaixonado - 1º episódio

O dia em que o coração bateu! Amor à primeira vista, amor à primeira raquetada!

Foi em Outobro
no inicio da queda das folhas
com o sorruçar das árvores nuas
o roçar dos galhos
num dia maravilhoso, solarengo
que vi-te pela primeira vez

Ainda me lembro,
quando saiste pela porta do balneário
com a tua camisola branca
com um gato no centro
e umas calças cor de rosa
tão bela que até causava desmaio

Foi no dia 24 penso eu
olhei-te nos olhos
enquanto caminhava para o campo
pronto para mais um jogo.
Mas n sei porquê
ao olhar para ti
deu-se-me uma explosão em mim
que me deu força para ganhar

De repente, ouve-se o apito
o professor manda trocar
e quem me haveria de calhar
para sorte do destino
senão tu

Aquele teu sorriso esbranquiçado
intenso, como a luz ao fundo do tunel
um olhar fulminante
sempre com essas pérolas a cintilar
comprimentei-te e tu respondeste
com um breve "Olá"

Começou a partida
eu lancei, e tu atacaste
passámos o volante um ao outro
tentando ver quem marcava
foram uns cinco toques, quando,
o volante acerta-me na cabeça

Um pouco preocupada
mas ao mesmo tempo a sorrir
pediste desculpa, apenas dizendo
"Xorry"!!
Eu ri-me, com tal palavreado
mas ao mesmo tempo, dentro de mim
um calor, como que uma pequena chama
se acendia no meu coração

Foi aí que me apercebi
que as verdades têm de ser ditas:
existe sim, amor à primeira raquetada
E ainda por cima
levei uma bruta de uma chouriçada!


Mário Ilhéu

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