Perdeu-a á muito
O resfriar da noite congelou o seu coração
Naquela maldita Era
Trouxe transtorno e um canto para a sua perdição
Assim como a sua própria morte o fizera
- Ainda me custa olhar o lençol negro….
Penso nela, vejo-a, e sei o quão duro isto é para mim
Ganhei-a quando nasci, tão feliz que era….ainda me lembro
Sobre o monte outrora esverdeado
A luz apoderou-se da sua dor
Luz da lua que lhe conferia um tom esbranquiçado
Como se os sentimentos já não lhe conferissem a sua cor
- Não o recordes dessa forma não vale a pena Naíre!
- Quero ser forte mas só me vejo sozinha e abandonada
- Ela nunca te deixou; ultrapassa esse dilema, não te deixes cair
- Minha vontade não é outra, mas se o fizer fico sem nada
Perdeu-a á muito
- Fez-me promessas mas nunca prometeu ficar comigo
Dói-me entende-lo
- Aceita o destino…toma o próximo passo e eu vou contigo
- Isto eu jamais irei aceitar, prefiro recordar e combate-lo
Sem saber o que dizer
Já nada podia tentar
Naíre era decidida e era livre de encarar o mundo a seu entender
Quanto a si, aquela nunca foi uma batalha que devesse travar
- A noite esfria-se voltemos para casa……
- Vai tu! Eu quero ficar ficar ao pé dela
- Eu há muito que superei a minha dor mas, quanto a ti, não sei mais que faça
- Não te preocupes, as minhas noites são estas e as minhas saudades a minha cela
Os passos que a sua amiga davam
Pareciam coordenados e normais
Soavam simultaneamente ás suas lágrimas caídas
Que não iriam parar, nunca, jamais
Havia tanto em que pensar
E ao mesmo tanto a esquecer
O passado é passado e nada o iria restaurar
Á medida que as forças realçavam o seu desvanecer
O seu olhar cerrava-se e deixava-se adormecer
Perdeu-a á muito, mas só queria que a sua mãe voltasse a viver
Diogo Ramos
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