Percorre o seu caminho
E rasteja para longe do seu lençol
Umas vezes para não ficar sozinha
Outras só para se expor ao sol
Sombras são aquelas que ainda a contêm
Alojada no mundo que odeia
Por entre os cantos que a mantêm
Á espera em silencio, ignorando tudo o que a rodeia
Que veneno lhe terá penetrado?
Que maldição terá sibilado?
O seu corpo contraído
O seu rosto imparcial e inocente
Não revelam mais que uma solidão nele incidido
E que nada em redor vê ou sente
Porque está uma rapariga assim só?
Ninguém se preocupa com ela, ninguém tem dó?
Há um segredo
há uma vontade que lidera que não foi eleita
Uma que impõe o comando e o medo
Que a qualquer amizade deixa desfeita
Todos cedem á sua inocência, todos tentam
A sua protectora é grande mas nas sombras não a vêm
Mesmo perto as almas maldosas disfarçam e inventam
Tudo para conseguir o olhar inocente da jovem
Mas assim que lhe tocam, já não se movem
O medo envenena, os dentes desfazem, e aí morrem
Está sozinha porque quer e porque ignora qualquer emoção?
Ou porque tem medo, e com ela não existe qualquer protecção?
Diogo Ramos
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